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Inaugurado o Centro Avançado de Diagnóstico da Mama

Em 29/09/16 09:22.

Unidade é a primeira do Centro-Oeste a disponibilizar aparelho que realiza biópsia da mama a pacientes do SUS

Texto: Thalízia Souza

Fotos: Carlos Siqueira

O Hospital das Clínicas da UFG inaugurou, na manhã desta quarta-feira (28/9), o Centro Avançado de Diagnóstico da Mama (CORA), que é a primeira unidade no Centro-Oeste a oferecer o exame de biópsia da mama por meio do aparelho de mamotomia a pacientes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS).

A obra foi executada por meio da parceria entre UFG, Instituto Avon e entidades públicas e privadas, como Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Ministérios Públicos de Goiás e do Trabalho, Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e ONG Companheiro das Américas. O investimento foi de R$ 8 milhões.

Em seu discurso, a coordenadora de Ações de Rastreamento do CORA e professora da Faculdade de Medicina da UFG, Rosemar Macedo Souza Rahal, relatou que a ideia de construir um centro avançado de diagnóstico do câncer de mama surgiu em 2010, após uma visita da equipe de Mastologia do HC ao Hospital do Câncer de Barretos, no estado de São Paulo, que possui um mamótomo móvel. Ao verificarem as vantagens oferecidas pelo mamótomo no diagnóstico precoce do câncer de mama, o chefe do Programa de Mastologia do HC, professor Ruffo de Freitas Júnior, e ela buscaram parcerias para a concretização da ideia. O projeto foi, então, aprovado pela UFG em 2010 e iniciado no ano de 2013, quando foi submetido à Fapeg. Emocionada, Rosemar agradeceu aos parceiros do CORA e homenageou o professor Ruffo de Freitas Júnior, por sua postura visionária e sempre a serviço do programa para oferecer o melhor atendimento às usuárias do SUS.

O coordenador do Programa de Mastologia do HC/UFG e do Cora, Ruffo de Freitas Júnior citou a perseverança e o sinergismo como as palavras fundamentais para definir o que motivou a realização desse projeto, que envolveu tantos órgãos e entidades que se uniram por uma causa em benefício das mulheres. Ruffo de Freitas destacou que a meta do CORA será reduzir o índice de mortalidade de mulheres por câncer de mama na cidade de Goiânia e, principalmente, no interior do estado. Segundo ele, o índice de mortalidade de mulheres se estagnou na capital, mas continua crescendo no interior. Com a inauguração do CORA, a expectativa é dobrar o número de mulheres atendidas no serviço, que hoje é de 9 mil por ano.

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Equipamento irá permitir o diagnóstico rápido de pacientes usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS)

Tecnologia

O mamótomo, que custou R$ 420 mil reais, foi adquirido com recursos do Ministério Público do Trabalho – regional Goiás. É um moderno aparelho para a realização de biópsia da mama que permite a coleta de até 12 amostras em um minuto do tecido adiposo onde se encontra o nódulo mamário, além de não provocar dor na paciente. Segundo Ruffo de Freitas Júnior, o mamótomo proporcionará uma série de vantagens para o rastreamento do câncer de mama, pois permitirá o diagnóstico adequado para essas pacientes, reduzindo o tempo na fila de espera, a ansiedade das mulheres e a redução dos custos financeiros, já que o aparelho dispensa a necessidade de ir para o centro cirúrgico para a realização da biópsia.

Ruffo de Freitas destacou também que o CORA terá a segunda sala sensorial do Brasil para a realização do exame de mamografia. “Durante o exame, a mulher poderá ouvir o som do mar ou do campo e ver imagens do local que ela escolher. Isso trará mais tranquilidade para ela, reduzindo o desconforto do exame”, salientou.

Segundo a presidente da Fapeg, Maria Zaira Turchi, que esteve presente no evento, o CORA é um centro de referência e excelência exatamente por ser criado como um centro de pesquisa científica. “O governo de Goiás, por meio da Fapeg, acredita que essa parceria deve, além de equipar o Centro com equipamentos de ponta, dar continuidade na melhoria do serviço de atendimento em saúde por meio da formação de recursos humanos altamente qualificados. O CORA reúne projetos de mestrado e doutorado que serão acolhidos ali, além de outros já fomentados pela Fapeg, que vão contribuir para salvar vidas por meio da pesquisa aliada à extensão. E essa formação certamente continuará recebendo a atenção da Fundação para receber fomento em nossos diversos editais”, ressaltou.

Tratamento acessível

Parceiro do Programa de Mastologia do HC há seis anos, o Instituto Avon aceitou a ideia e destinou R$ 2,5 milhões de reais para a construção da unidade. O diretor executivo do Instituto Avon, Lírio Cipriani, afirmou que se sente realizado com a concretização desse projeto, que beneficiará milhares de mulheres que hoje não têm acesso aos exames de diagnóstico e tratamento do câncer de mama. “O objetivo maior do CORA é reduzir o índice de mortalidade de mulheres por câncer de mama, que hoje está em 35 mulheres por dia”, destacou Lírio. Ele fez uma homenagem especial às revendedoras da Avon, que somam 1,5 milhões de mulheres, na pessoa da revendedora Maria da Guarda Ferreira, que teve a oportunidade de descobrir um câncer de mama por meio de um panfleto informativo do Instituto Avon sobre a doença. “As revendedoras contribuem para as nossas causas, pois parte do dinheiro arrecadado com as vendas de produtos Avon são redirecionados para os projetos do Instituto”, frisou.

Embaixadora do Instituto Avon, a modelo e atriz Luiza Brunet esteve presente no evento, e foi homenageada pela equipe do Programa de Mastologia. “Você é o espelho de milhões de brasileiras que lutam contra o câncer de mama”, frisou Ruffo de Freitas. Luiza Brunet agradeceu a homenagem e disse que se sente feliz por representar, há seis anos, o Instituto Avon, uma entidade que trabalha por uma causa em favor de tantas mulheres.

Admirado com o empenho para a realização desse projeto, o presidente da Ebserh, Kléber Melo Moraes convidou o diretor executivo do Instituto Avon, Lírio Cirpriani a estendê-lo a outros hospitais universitários da rede Ebserh e disse que este é um exemplo a ser seguido por outros hospitais da rede. Na ocasião, ele anunciou o repasse de R$ 1,6 milhão de reais, provenientes do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF), que será destinado à aquisição de material de consumo, medicamento médico-hospitalar e laboratório. “Esse é um hospital vivo, que todos os dias atende as demandas dos usuários do SUS, e também um cenário de prática para a formação de nossos filhos e netos, por isso o que importa para a Ebserh é a qualidade do atendimento na ponta”, frisou.

O superintendente do HC-UFG, José Garcia Neto, destacou que o CORA foi um sonho construído por muitas mãos, pois o desafio era grande diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelos hospitais universitários. “A Ebserh contribuiu muito para que esses hospitais não fechassem suas portas e hoje estamos conseguindo viabilizar muitos serviços que deixariam de ser oferecidos à população”, ressaltou. José Garcia elogiou a gestão do ex-reitor da UFG, Edward Madureira Brasil, presente ao evento, que incentivou parcerias público-privadas e filantrópicas com a UFG para o desenvolvimento de projetos como esse na universidade.

Representando o reitor da UFG, Orlando Afonso Valle do Amaral, o vice-reitor Manoel Rodrigues Chaves, afirmou que o CORA é a recompensa, fruto do trabalho da Universidade, que tem o papel de contribuir para uma sociedade melhor. “Estamos aqui contemplando a possibilidade de ofertar um serviço às mulheres que estão à margem da sociedade, este é o papel da universidade pública”, salientou.

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Diversas autoridades participaram da cerimônia de inauguração do Centro Avançado de Diagnóstico da Mama

Infraestrutura

O edifício possui uma estrutura física de 1.709,11 m2, divididos em três andares,cujo projeto contemplou 15 consultórios, salas para os exames de ultrassonografia, mamografia e mamotomia, além de salas para pesquisas clínicas e auditório com capacidade para 70 pessoas. A unidade também oferece duas amplas recepções, uma sacada e um espaço de convivência para as pacientes. “Todo o espaço foi projetado para oferecer às pacientes do serviço um ambiente mais humanizado e aconchegante”, destacou Danielle Cristina Neto Rodrigues, coordenadora de pesquisa do Programa de Mastologia.

Investimentos

Foram investidos R$ 8 milhões de reais na construção do CORA provenientes de parcerias público-privadas da UFG com poderes públicos, entidades civis e uma ONG. O Instituto Avon destinou R$ 2,512 milhões; a UFG, R$ 2 milhões; FAPEG R$ 2,150 milhões; Ebserh viabilizou R$ 614.767; Ministério Público do Trabalho, R$ 420 mil para a aquisição do mamótomo; Ministério Público de Goiás, comarca de Itaberaí, que viabilizou cerca de R$ 70 mil reais;

A ONG Companheiro das Américas entregou um cheque simbólico no valor de S$ 50 mil dólares, destinado à aquisição de um software de digitalização de imagens, que será utilizado para a impressão das imagens de exames de ultrassonografia, mamografia e mamotomia.

Fonte: Ascom/UFG

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