Seminário Psicologia

O corpo na sociedade de consumo é tema de mesa-redonda

Em 01/10/15 15:38.

As relações entre corpo e capitalismo, mídia e semiótica foram abordados pelos debatedores

Texto: Italo Wolff
Fotos: Camila Caetano

A mesa redonda que teve como tema O Corpo na Sociedade de Consumo fez parte do X Congresso de Psicologia da UFG e ocorreu nesta quinta-feira (1/10), no auditório da Faculdade de Educação. Os professores Tadeu João Ribeiro Baptista, Domenico Uhng Hur e Flávia Martins dos Santos debateram os padrões de beleza atuais, como estes se relacionam com a mídia e a sociedade capitalista.

Flávia Martins dos Santos discutiu como a mídia reproduz padrões corporais desejados pela sociedade, ao mesmo tempo em que fabrica os padrões que a sociedade irá desejar. Segundo ela, uma das funções da mídia é educar as pessoas, fazendo-as ter preferências padronizadas, através de exemplos de beleza e da opinião de especialistas sobre o que é belo e saudável. Assim, segundo ela, ensina-se à sociedade o que fazer para se enquadrar, e se ensina que estar adequado é uma questão moral. “É mais do que estética. Se a mulher está acima do peso, por exemplo, significa que ela não se esforçou, não foi honesta com si mesma” afirmou a professora.

Para Tadeu João Ribeiro Baptista, na sociedade capitalista, a produção determina o que será consumido, e não o contrário. Portanto, segundo ele, um corpo saudável é valorizado por ser o “local” onde ocorrerá a produção. “O corpo é o local da força de trabalho. Por isso toda a ênfase da sociedade contemporânea no corpo” afirmou. O professor afirmou ainda que o corpo é, em muitas circunstâncias, uma mercadoria, com valor não só para a mídia, mas para a indústria da saúde e estética. 

Seminário psicologia

A última mesa redonda do congresso teve participação de professores de diferentes áreas da UFG

Domenico Uhng Hur argumentou que o corpo é o aspecto humano negado na linguagem, na psicologia, na representação escrita; portanto, está carregado dos simbolismos que não se podem dizer. Para o professor, podemos notar essa vertente facilmente na sexualidade e na idealização dos corpos. Segundo ele, é por carregar diversos sentidos que o corpo é visado na sociedade capitalista. “O corpo do indivíduo é sua própria empresa. Temos de fazer e ser sempre mais” afirmou. Domenico Uhng Hur concluiu expondo exceções à idealização dos corpos da sociedade capitalista, como os Corpos Dissidentes, tatuados, com piercings e modificados cirurgicamente e os Corpos Matáveis, de indivíduos à margem da sociedade sem poder simbólico ou poder de gerar capital, considerados descartáveis. 

Seminário psicologia

As diversas maneiras que o corpo se relaciona com a sociedade foram discutidos pela mesa-redonda

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Última hora Mesa-redonda Psicologia corpo