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ICB: 50 anos de resistência e compromisso

Em 17/12/18 16:14.

Evento possibilitou encontro de gerações que marcaram a história da unidade

Texto: Gustavo Motta

Fotos: Carlos Siqueira

Em homenagem aos 50 anos de dedicação acadêmica e bons resultados, fruto do trabalho de professores e estudantes que ousaram pensar alto, sem tirar os pés do chão, o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG) realizou um encontro entre as gerações que marcaram a trajetória de sucesso da unidade. A cerimônia, que ocorreu na última sexta-feira (14/12), contou com a presença do atual diretor do instituto, Gustavo Rodrigues Pedrino, e do Reitor Edward Madureira Brasil.

A ocasião proporcionou o encontro entre professores que deixaram raízes profundas na história da unidade acadêmica - como o professor José Alberto Centeio, um dos fundadores e primeiro diretor instituto, que ainda atuou na criação do primeiro Programa de Pós-Graduação na unidade (o segundo na UFG). Entre os professores homenageados, a solenidade lembrou o empenho de José Ângelo Rizzo e Sirlene Aparecida Felisberto (falecidos), além de Eliane Seraphin, Antônio Vannucci, Tomás de Aquino Castro, Heleno Ferreira, Maria Rezende a Vera Lúcia Klein.

Centeno

Professor José Centeno foi o primeiro a assumir a direção do ICB, em 1968, e ajudou a criar o primeiro Estatuto da UFG: "a nossa vida era isso aqui, era onde a gente ficava por horas, e só deixava para ir de moto pra casa na hora do almoço e voltar depois"

Resistência

Além de aniversário do ICB, 14 de dezembro é a data de fundação da UFG, que completou 58 anos. Por isso, o reitor Edward Madureira destacou que a história do Instituto se confunde com a trajetória de toda a Universidade. “Essa instituição ainda era jovem quando enfrentou grandes desafios provocados pela conjuntura política da Ditadura Militar”, lembrou. De mesmo modo, os discentes das Ciências Biológicas tiverem de se debruçar sobre as dificuldades e tensões daquela época para lidar com o período mais difícil do regime.

“Foi ainda em 1968, no ano do Ato Institucional Número 5, que ousamos criar essa unidade”, lembrou o professor Centeno. O denominado “AI-5” foi outorgado apenas um dia antes, em 13 de dezembro, sob a assinatura do então presidente da república, Costa e Silva, e autorizava a suspensão de direitos políticos por uma década. Edward Madureira acredita que existem paralelos entre aquela época e a atualidade e, por isso, avaliou que, pelas incertezas políticas do futuro, “os próximos anos exigirão importante resistência da comunidade acadêmica, pela manutenção de uma universidade pública e gratuita, plural e democrática”.

Para o reitor, a troca de experiências entre as diferentes gerações permite “nos fortalecer diante dos momentos de dificuldades”. Edward Madureira lembrou o passado e trouxe um importante aprendizado ao presente, se dirigindo ao diretor da unidade, Gustavo Pedrino: “hoje, se existe a preocupação em manter um laboratório, isso ocorre porque as pessoas aqui presentes se esforçaram para que eles fossem criados, quando a estrutura do instituto ainda era precária - então o empenho dessas pessoas é exemplo para superarmos os desafios da atualidade”.

Edward, Pedrino, Ulhoa

Da direita à esquerda, em destaque: Edward Madureira Brasil; sob desfoque, professor Gustavo Pedrino (atual diretor) e ex-diretor Cirano José Ulhoa

Tomé

Da esquerda à direita: Gustavo Pedrino e Joaquim Tomé de Souza, que esteve à frente da unidade nos anos 1980. 

Compromisso

Entre as unidades que optaram por se manter no Câmpus Samambaia, quando o espaço ainda era, nas palavras do professor Centeno, “um monte de cerrado”, o ICB foi a única que se manteve indivisível. A exemplo, a Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia (FCHF) foi desmembrada em outras escolas superiores - Ciências Sociais (FCS), Filosofia (Fafil) e História (FH). Ademais, o instituto é a maior unidade da UFG, e conta com seis cursos de pós-graduação, sendo que um deles é o único com nota 7, o conceito mais alto de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - o Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução.

Encontro ICB

Compromisso: convidados contribuíram para fortalecer o nome do ICB no âmbito da academia

“Esse reconhecimento do ICB, e essa homenagem a todos que ajudaram a construir essa história é resultado de muito compromisso, trabalho e dedicação”, avaliou Centeno. “A nossa vida era isso aqui, era onde a gente ficava por horas, e só deixava para ir de moto pra casa na hora do almoço e voltar depois”, lembrou. O mesmo esforço foi repetido pelas gerações seguintes: o professor José Alexandre Felizola, por exemplo, é discente desde 1994, e tem colaborado na área de pesquisa, coordenando um dos dois Institutos Nacionais de Ciência & Tecnologia (INCT’s) com sede na UFG.

“Esse encontro, além de reforçar a troca de experiências, tem um fator emocional muito forte para nós, porque é a preservação de nossa memória”, avaliou. Ademais, o coordenador do INCT voltado para estudos em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade, acredita que as perspectivas de futuro são as melhores possíveis: “acreditamos muito no potencial de nosso trabalho, que é fruto de muita dedicação e empenho - e espero que isso sirva de modelo para as ações que forem tomadas em nosso futuro, assim como os exemplos do passado têm nos inspirado”.

reunião ICB 50 anos

Encontro permitiu trocas de experiências entre diferentes gerações que passaram pelo ICB

Fonte: Secom/UFG

Categorias: Notícias Institucional