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Defesa do SUS é destaque em encontro goiano de saúde coletiva

Em 15/06/18 09:13.

Abrasquim GO reúne estudantes, professores e profissionais em defesa dos direitos e da democracia na área da saúde

Texto e fotos: Luiz Felipe Fernandes

"Não vamos entregar o SUS! Não vamos entregar a democracia! Não vamos entregar o Brasil! Se tiver que sair, que saiam eles!". O discurso em defesa do Sistema Único de Saúde, feito pela professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Edsaura Maria Pereira, deu o tom à abertura do Encontro Goiano de Saúde Coletiva (Abrasquim GO), nesta quinta-feira (15/6).

Confira a programação do evento.

O evento, realizado junto à Jornada Científica da Secretaria Estadual de Saúde, tem como tema Fortalecer o SUS, os direitos e a democracia. O encontro é a prévia regional do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrasco), que será realizado no mês que vem no Rio de Janeiro.

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Professora da UFG e coordenadora do evento, Edsaura Pereira destacou que o SUS resgatou a cidadania do brasileiro

Edsaura, que coordena o evento, afirmou que o SUS, criado há 30 anos, proporcionou o resgate da cidadania da população brasileira. Trata-se, segundo a professora, da maior política social do Brasil e uma das maiores do mundo, sendo um exemplo destacado de pacto federativo democrático.

Em um momento de ataques aos direitos e à democracia, que inclui ameaças ao modelo brasileiro de saúdo pública, ela ressaltou a importância de promover a defesa do sistema. "Não vamos ceder, vamos resistir! O SUS sempre foi luta. Não foi uma dádiva de governo, foi uma conquista do povo".

Saúde não é negócio
À cerimônia de abertura seguiu-se a conferência do presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Gastão Wagner de Sousa Campos. Professor da Unicamp, ele fez um histórico dos movimentos sociais, políticos e institucionais que, na década de 1980, deram suporte à reforma sanitária que instituiu um sistema público, universal e descentralizado de saúde.

O princípio, segundo Gastão, é simples: a saúde á um direito universal, que não pode depender da capacidade aquisitiva de cada um. "Para isso, a saúde tem que sair do mercado. Saúde como negócio não funciona", pontuou. Ele acrescentou que as investigações científicas no Brasil e no mundo indicam que a gestão da saúde é mais eficiente quando feita pelo setor público em relação ao privado.

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Presidente da Abrasco, Gastão Wagner afirmou que o apoio da população é que vai garantir a sobrevivência do SUS

De acordo com o presidente da Abrasco, dizer que "o SUS não tem jeito" ou que "a saúde pública no Brasil não funciona" é reforçar o discurso de que é necessário privatizá-lo. E a ofensiva aumentou com um governo federal que é declaradamente contra esse sistema.

Para o professor, a saída está na retomada da luta que marcou a reforma sanitária há 30 anos. Ele citou o exemplo do modelo inglês, que também foi ameaçado, mas cuja defesa foi encampada pela própria população do país. "A saída é fazer o que vocês estão fazendo", afirmou, referindo-se às discussões do evento promovido pela UFG. "É a nossa luta, é a luta da reforma sanitária, é a luta de vocês", finalizou.

Fonte: Secom/UFG

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