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Concentração de flúor na água está abaixo do recomendado

Em 21/03/18 18:31.

Dados de Goiás integram pesquisa nacional que mapeia a cobertura da fluoretação das águas de abastecimento público

 

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Um levantamento feito em 20 cidades goianas revela que, apesar do fornecimento de água fluoretada cobrir boa parte da população desses locais, na maioria delas a concentração de fluoretos está abaixo do recomendado e, por isso, não proporciona o benefício máximo esperado para contribuir para a prevenção da cárie dentária. Já em alguns municípios, a concentração está acima do recomendado, podendo contribuir para a fluorose (manchas permanentes nos dentes causadas pelo excesso de flúor).

Os dados de Goiás integram os resultados do Projeto Vigifluor, coordenado localmente pela professora Maria do Carmo Matias Freire, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (FO/UFG). O Projeto Vigifluor é uma pesquisa científica coordenada pela Faculdade de Saúde Pública da USP e envolve diversas instituições brasileiras. O objetivo foi conhecer a cobertura e os níveis de fluoreto adicionado às águas de abastecimento público, de 2010 a 2015, nos 614 municípios brasileiros com 50 mil habitantes ou mais. Buscou também conhecer as ações de vigilância deste método.

A pesquisa surgiu da constatação de que, no Brasil, apesar de a fluoretação da água ser instituída por lei desde a década de 1950, não se dispunha de informações fidedignas para avaliar a extensão da cobertura e a vigilância dessa medida em todo o território nacional. Outro dado relativo a Goiás é a inexistência de ações de vigilância da fluoretação da água por parte dos municípios pesquisados e pela Secretaria Estadual de Saúde. Essa ação, denominada heterocontrole, verifica se os teores de flúor adicionados estão corretos, já que o controle feito somente pelas empresas de abastecimento não é considerado suficiente.

“Estes resultados mostram a necessidade de estratégias para avançar na perspectiva da vigilância da fluoretação em Goiás, buscando manter e ampliar esta importante medida de promoção de saúde bucal e garantir que seja aplicada de forma adequada, proporcionando redução do índice de cárie na população, sem riscos para sua saúde”, afirma a professora da UFG. Discussões a esse respeito já foram iniciadas entre a FO e a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde e da Gerência de Saúde Bucal.

A adição de fluoretos à água de abastecimento é um método efetivo de prevenção da cárie dentária, uma doença que causa dor e afeta a qualidade de vida, especialmente entre a população economicamente menos favorecida.

E-book

Como resultado do projeto, no fim de 2017 foi lançado o e-book intitulado Cobertura e vigilância da fluoretação da água no Brasil: municípios com mais de 50 mil habitantes. O material está disponível gratuitamente no site do Centro Colaborador em Vigilância da Saúde Bucal do Ministério da Saúde (www.cecol.fsp.usp.br). Além disso, para dar continuidade às ações em nível nacional referentes a essa temática, foi criada a Rede Vigifluor, que tem a participação da professora Maria do Carmo como representante do estado.

projeto vigifluor

Fonte: Secom/UFG

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