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Carlos Walter Porto-Gonçalves participa de simpósio no Laboter

Em 19/03/18 19:12.

Geógrafo ministrou a conferência de abertura do Simpósio Integrado de Estudos Territoriais

Texto: Mariza Fernandes

Fotos: Mariza Fernandes e Amanda Costa

 

O geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves participou, na última quarta-feira (14), do evento de abertura do Simpósio Integrado de Estudos Territoriais, realizado pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas das Dinâmicas Territoriais (Laboter) do Instituto de Estudos Socioambientais da UFG (Iesa). O simpósio teve como tema as “Dinâmicas Territoriais e Políticas Sociais no Brasil Contemporâneo”.

Carlos Walter Porto-Gonçalves Simpósio Integrado de Estudos Territoriais

Conferência com Carlos Walter Porto-Gonçalves, mediada pelo Professor Romualdo Pessoa Campos Filho

Com o auditório do Instituto lotado, o Professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Coordenador do Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades (LEMTO) falou sobre a abordagem geográfica de temas atuais.  Com um currículo marcado pela atuação junto aos movimentos sociais, Porto-Gonçalves fez uma crítica às retaliações sofridas por professores que estão ministrando disciplinas com o tema “O golpe de 2016 e a democracia no Brasil”.

“O espaço de liberdade acadêmica está sendo profundamente ameaçado hoje com a tentativa de se proibir as pessoas de darem cursos sobre temas que não são considerados convenientes. É um absurdo se proibir cursos. Você pode discordar do tema, mas não pode querer que não ocorra um debate em torno dele. Seria interessante lembrar que em 1964, aqueles que deram o golpe não o chamaram de golpe, chamaram de revolução”, afirmou o professor, em referência ao pedido do Ministério da Educação de apuração sobre se um professor da Universidade de Brasília (UnB) estaria cometendo improbidade administrativa ao ministrar uma disciplina.

Auditório Lotado Simpósio Integrado de Estudos Territoriais

Geógrafo falou para uma platéia lotada 

Porto-Gonçalves falou ainda sobre a importância dos movimentos sociais para a ressignificação do conceito de território. “Foram os camponeses que disseram que dentro de um mesmo território nacional temos múltiplas territorialidades em tensão”, explicou. O geógrafo chamou a atenção ainda para a necessidade de se olhar para o conhecimento produzido na América Latina. “Esse conhecimento que predomina na universidade hoje é um conhecimento imposto pela Europa e não é um conhecimento universal. É como se não se pensasse o mundo a partir da África e da América Latina. Isso é seríssimo. Temos que descolonizar o pensamento”, pontuou o professor.

Mesa de Abertura Simpósio Integrado de Estudos Territoriais

Mesa de abertura do simpósio

A abertura do simpósio contou também com uma mesa composta pela Pró-Reitora de Extensão e Cultura da UFG, Lucilene Maria de Sousa, além da Coordenadora em exercício do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFG (PPGeo), Gislaine Cristina Luiz, e dos professores Ivanilton José de Oliveira e Romualdo Pessoa Campos Filho.

Fonte: Secom/UFG

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