Mulheres no Sertão

Exposição aborda temas do dia-a-dia de mulheres

Evento

: Museu Antropológico da UFG

: 06 a 29 de Julho 2016

Começa no dia 6 de julho, no Museu Antropológico da UFG, a exposição Mulheres no Sertão Goiano: Violências, Educação, Ofícios e Direitos, que aborda temas do dia-a-dia de mulheres que vivem e modificam o sertão goiano. A visitação pode ser agendada no e-mail mulheresnosertao@gmail.com e acontece entre os dias 7 e 29 de julho.

Confira os horários:
Terça-feira - 10h às 21h
Quarta-feira a Sexta-Feira - 10h às 17h

As mulheres, ao longo da história do sertão goiano, além de serem chefes de família, também foram garimpeiras, parteiras, benzedeiras, cozinheiras, quitandeiras, lavadeiras, professoras, entre outros ofícios. Serviços considerados de segunda mão e invisibilizados, apenas recentemente conquistaram algumas garantias, tal como a PEC das Domésticas, que garante a esta classe trabalhadora a garantia a INSS, férias, décimo terceiro e salário fixo compatível com as horas trabalhadas. Já outras atividades, como de educadores, sofrem retrocessos trabalhistas mediante projetos de desmonte da educação, como se vê com a militarização das escolas.

Os ofícios geracionais mantidos por mulheres urbanas, indígenas e campesinas foram e são importantes instrumentos que fortalecem a cultura e economia de muitos municípios, grupos e comunidades. As Bonecas Karajá, por exemplo, confeccionadas por ceramistas Karajá dos estados de Goiás, Tocantins e Pará, foram registradas como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2012 nos livros de Saberes e Expressões. A produção de tecidos de modo artesanal, realizado por fiandeiras no interior do sertão goiano, compreendem saberes que fortalecem laços e garantem a sustentabilidade e a autonomia da mulher de Goiás.

As violências cometidas pelo machismo, sexismo e racismo afirmam a vulnerabilidade da mulher goiana. O fato de Goiânia ser a quinta capital mais violenta para as mulheres no Brasil e Alexânia, no interior de Goiás, a segunda cidade com o maior número de feminicídios, aponta a urgente necessidade de visibilizar a realidade das mulheres neste território. Ao problematizar essa realidade, a exposição e sua ação-educativa, construídas pela disciplina de Comunicação Patrimonial IV do curso de Museologia da UFG, pretende provocar uma reflexão sobre o lugar da mulher no sertão goiano, construindo uma reflexão profunda sobre cenários de opressão e de libertação feminina na sociedade goiana.

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