Pesquisa da UFG faz inventário da arquitetura moderna de Goiânia

Texto e fotos: Patrícia da Veiga

Goiânia possui um variado repertório arquitetônico que merece ser conhecido e preservado. Com base nessa premissa, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Goiás (UFG) produziu o “Inventário de Arquitetura Residencial Unifamiliar em Goiânia: Décadas de 1930 a 1970”. O trabalho foi feito nos últimos dois anos em cooperação técnica com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e com o apoio do Ministério Público de Goiás. Na oportunidade, foram identificadas 339 casas de interesse de preservação nos setores Central, Sul, Aeroporto, Oeste, Marista, Bueno e Universitário. Esse e outros resultados foram apresentados pela primeira vez na tarde da terça-feira (21/3), na sede do IPHAN.

As construções apresentam linguagens arquitetônicas variadas e sugerem momentos distintos do crescimento da cidade. Para transformar estruturas, fachadas e entornos em registros históricos, uma equipe composta por 17 profissionais e nove estudantes realizou desde derivas direcionadas até pesquisas bibliográfica, iconográfica e documental das casas localizadas.

Dafne Mendonça, arquiteta do IPHAN, e Eline Caixeta, professora da FAV, comentam resultados do Inventário

Foi gerado um banco de dados, composto por mapas geográficos, mapas conceituais e um extenso catálogo, com informações sobre cada bem registrado. De acordo com a professora da Faculdade de Artes Visuais (FAV) e coordenadora do inventário, Eline Maria Moura Pereira Caixeta, a pesquisa também teve como propósito caracterizar, avaliar e valorar as residências. Assim, 180 fachadas foram selecionadas para um estudo mais aprofundado e 29 tiveram suas plantas reconstituídas. Para realizar as análises, o grupo recorreu à contextualização dos bairros inventariados. “Independentemente do estilo, todas as casas são modernas, pois têm uma mesma relação com a cidade e seu contexto”, afirmou Eline.

A metodologia utilizada para reunir as informações foi dada pelo Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão do IPHAN. Conforme a arquiteta do órgão e supervisora do trabalho, Dafne Marques de Mendonça, isso exigiu um esforça da equipe de compreender o Sistema e adaptá-lo às necessidades da capital. “Esse inventário proporcionou o apuramento do olhar. Goiânia muda rápido e essa dinâmica constitui a sua história. Isso teve de ser levado em conta”, declarou. Para a superintendente do IPHAN em Goiás, Salma Saddi, a pesquisa tem potencial para inspirar outras investigações. “Foi um trabalho de fôlego e pioneiro em Goiás”, considerou.

Parte do grupo que trabalhou no inventário durante apresentação dos dados, na sede do IPHAN - GO