Professora da UFG lança livro sobre as bonecas Karajás

Professores e estudantes da UFG estiveram reunidos na última sexta-feira (19/06), no Museu Antropológico, no Câmpus Colemar Natal e Silva, para prestigiar o lançamento do livro Ritxoko, organizado pela antropóloga Telma Camargo da Silva. A coletânea é fruto das pesquisas do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e do Museu Antropológico.

O livro reúne seis artigos que abordam o reconhecimento das bonecas de cerâmica Ritxoko, produzidas por mulheres das comunidades Karajá, como patrimônio cultural brasileiro e a importância desta arte para a identificação desse povo indígena. As pesquisas na UFG sobre a temática subsidiaram a proposta de registro do artesanato como bem cultural, concedido em 2012 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Reconhecimento da cultura Karajá
Emocionada, a antropóloga Telma Camargo iniciou sua fala lembrando dos anos dedicados à pesquisa, realizada de 2009 a 2011. "Como celebração autoral coletiva, os autores e autoras envolvidos no projeto ajudaram a compor este mosaico interpretativo da Ritxoko", relatou Telma. Para a antropóloga, as bonecas representam um artefato por meio do qual as ceramistas expressam seu universo social e mítico.

Coletânea, organizado pela professora Telma Camargo, narra a importância das bonecas Ritxoko para o povo Karajá

O reitor da UFG, Orlando Amaral também prestigiou o lançamento do livro e reconheceu a grandiosidade do trabalho no resgate de uma tradição da cultura Karajá. "Este trabalho possui muitos desdobramentos, porque estudantes e professores poderão desenvolver outras pesquisas a partir do levantamento feito na publicação", parabenizou o reitor.

Amplitude da pesquisa
Durante a cerimônia, Dilamar Cândico Martins, diretora do Museu Antropológico, lembrou os resultados da parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social e o Museu Antropológico. “Fiquei muito feliz quando a professora Telma me procurou e manifestou a vontade de realizar o lançamento do livro aqui no Museu”, afirmou Dilamar Cândico Martins sobre a iniciativa e o trabalho da organizadora do livro. A diretora do Museu também manifestou a importância do financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que possibilitou que exemplares do livro fossem disponibilizados para a venda ao público.

Presente na ocasião, Mônica Pechincha, coordenadora do projeto, parabenizou a organizadora do livro, Telma Camargo, pelo trabalho primoroso com a publicação que, apesar das dificuldades durante o trajeto, conseguiu ser realizada. Ela acredita que o livro conseguiu extrapolar o âmbito da pós-graduação, trazendo outros autores com reflexões sobre o tema. Mônica ainda lembrou do significado das bonecas para o povo Karajá: "Desejo que este livro seja um motivo de alegria e força para os Karajá", alegou.

Mulheres Karajá são homenageadas com fotografias pela colaboração na construção do livro

Homenagem às ceramistas
Após o momento de apresentações, Telma Camargo convidou os presentes no evento para assistirem a uma projeção de fotografias em homenagem às mulheres que fizeram com que o livro tomasse forma. A antropóloga enfatizou a importância da presença das ceramistas na cerimônia, mesmo que de forma virtual, por meio das fotos. "Elas nos contaram sobre o seu ofício, sua arte, o modo de fazer cerâmica e sobre as representações contidas nesse conhecimento", afirmou Telma Camargo.