Gestores discutem o Programa Future-se
Um seminário para aprofundar o debate sobre o tema será realizado em agosto
O reitor da Universidade Federal de Goiás, professor Edward Madureira, e a vice-reitora, professora Sandramara Chaves, realizaram nesta quarta-feira, dia 24 de julho, uma reunião com gestores da instituição para socializar informações sobre o Programa Future-se, lançado pelo Ministério da Educação, na semana passada. O encontro teve por objetivo fazer uma discussão preliminar e propor ações para o desenvolvimento de uma avaliação aprofundada do projeto e da proposta de lei correspondente, que será encaminhada pelo governo federal ao Legislativo. Um seminário sobre o tema deverá ser realizado em agosto.
Edward Madureira reiterou que os reitores e a Andifes não foram chamados para discutir o projeto anteriormente e que participaram apenas de reuniões de apresentação no dia do lançamento do projeto e no dia anterior ao evento. Segundo ele, durante a apresentação anterior ao lançamento, transmitido via Facebook pelo Ministério da Educação, tudo o que foi colocado não surpreendeu os reitores, pois eram exemplos de ações que as universidades já realizam. Afirmou que a captação de projetos da universidade já chegou a ter o tamanho do orçamento da instituição, no entanto, o dinheiro não é revertido para custeio da mesma, mas fomenta a economia do estado e do país.
O reitor ressaltou que, na primeira reunião de apresentação aos reitores, o MEC garantiu a gratuidade da graduação e da pós-graduação stricto sensu (mestrados e doutorados), que as carreiras de técnicos e de professores não seriam alteradas e que a natureza jurídica das universidades também seria mantida. Segundo o MEC, as Organizações Sociais (OS) ajudariam na gestão das universidades, como hoje já fazem. O professor citou o exemplo da RNP, que é uma OS responsável pela internet nas universidades, e da Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), da qual a UFG ainda não possui projetos fomentados, mas pretende ter. Ele também explicou que foi perguntado se as fundações não poderiam fazer o papel dessas OS, mas não houve consenso entre os gestores do ministério sobre essa questão.
Segundo o reitor, na apresentação pública essas informações não foram nem sequer citadas. Na consulta pública também apareceram novos elementos e o mesmo se deu na proposta de projeto de lei. "Para a sociedade ficou parecendo que há uma tentativa de modernizar e trazer recursos para as instituições, mas nos detalhes da proposta, há outras questões implicadas", explica. Para ele, o programa é a resposta do governo para o estrangulamento do orçamento provocado pela Emenda Constitucional 95, que trava os gastos do governo e que esmaga o custeio das universidades. "Essa proposta é um projeto econômico, muito mais do que de desenvolvimento da educação. A universidade já garante muito de sua manutenção por meio de captação de recursos, mas o orçamento do MEC visa garantir a manutenção básica como, por exemplo, energia e segurança".
Ele ressaltou que o financiamento da universidade precisa, antes de tudo, ser garantido para que ela possa, por exemplo, assegurar a inclusão social. Explicou também que o fundo imobiliário que o governo pretende fazer pode começar a render na prática apenas a longo prazo, daqui 10 ou 15 anos. E, por último, ressaltou que qualquer proposta do governo precisa dialogar com o Plano Nacional de Educação - PNE. Também ressaltou que abrir mão da autonomia universitária está fora de cogitação.
Ele esclareceu que projetos de lei costumam passar por diversas alterações no Congresso Nacional, como ocorreu, por exemplo, com o Plano de Reestruturação das Universidades Federais (Reuni) e a implementação da Ebserh nos hospitais universitários. "De qualquer forma, seja qual for o resultado, se aprovado o projeto de lei, a universidade será outra; precisamos lutar para que as futuras gerações possam ter acesso a educação pública, gratuita e de qualidade", ressaltou.
Os gestores decidiram formar um grupo de trabalho para estudar a proposta e para organizar um seminário. Decidiu-se, ainda, pela publicação de uma nota sobre o que a universidade já faz com relação às parcerias e à captação de recursos e o que ela defende como princípios e valores.
Espaço das Profissões Itinerante - Durante a reunião, a pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Lucilene Maria de Sousa, aproveitou a oportunidade para dar informes sobre a primeira edição do Espaço das Profissões Itinerante, que será realizada no dia 14 de agosto, no Jardim Curitiba. Ela convidou a todos a levarem representantes das unidades acadêmicas, de modo a ampliar a divulgação dos cursos oferecidos pela UFG junto aos estudantes do Ensino Médio.
Quelle: Secom UFG
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