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Dia do Profissional de RH é comemorado na UFG

In 06/06/18 17:36 .

Programação contou com apresentação de contos, ginástica laboral e sorteio de ingressos para o Projeto Música no Câmpus

 

Texto: Gustavo Motta

Fotos: Amanda Costa

 

A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Pró-Pessoas) realizou, na última terça-feira (5), às 15h30, uma programação para comemorar o Dia do Profissional de Recursos Humanos (RH), ocorrido no domingo (3). O evento reuniu servidores da Universidade Federal de Goiás (UFG), e demais membros da comunidade acadêmica no Centro de Cultura e Eventos Professor Ricardo Freua Bufáiçal, e contou com a presença da Vice-Reitora Sandramara Matias Chaves, que conduziu a abertura das atividades.

A tarde contou com uma mesa redonda com o tema “Reconhecimento no Trabalho”, a respeito das relações laborais, satisfação e felicidade no ambiente ocupacional. Os convidados à mesa foram o professor Felipe Magalhães Bambirra, advogado e membro do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos (PPGIDH), e a professora Maria Amélia Dias Pereira, do Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da Faculdade de Medicina (FM/UFG), que também atua como psiquiatra no Programa Saudavelmente.

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Vice-Reitora Sandramara Matias Chaves, que conduziu a abertura das atividades

 

A programação incluiu um momento de exercícios físicos, coordenados pelo fisioterapeuta Cleverson Regis Feitosa, representante do convênio de saúde laboral assinado entre a Universidade e a Geap Saúde, empresa prestadora de serviços a colaboradores federais. Alongamentos, orientações de respiração pelo diafragma, e atividades em dupla movimentaram o público presente no auditório. “A valorização do trabalhador começa pelo cuidado com a saúde, por meio da prevenção, via exercícios físicos, antes de se desempenhar qualquer atividade”, pontuou.

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Contos

 

Gente é outra alegria/ Diferente das estrelasera a mensagem contida em um pequeno chocolate, recebido pelos visitantes, como lembrança, na entrada do evento. Os versos de Caetano Veloso na canção “Terra” expressaram o tom lírico dos primeiros instantes da programação. A professora Cleidna Landivar protagonizou um momento para contação de histórias. Foram apresentados os contos “A Cabeça Falante” e “A Tapeçaria de Aracne”, oriundos, respectivamente, de tradições africana e clássica grega.

Esses contos trazem um pouco da emoção dessas culturas”, expressou Cleidna, doutora em Educação. A convidada foi uma das fundadoras do Grupo Gwaya, que incentiva a leitura por meio da contação de histórias. “Além disso, faço parte de uma equipe que está reativando um projeto de extensão chamado Fuxico, um coletivo de contadores que atua no Centro de Ensino de Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae/UFG)”, destaca.

A professora citou José Saramago (1922-2010), único autor da Língua Portuguesa a conquistar o Nobel da Literatura (1998), para ressaltar a relevância da transmissão oral de narrativas. “Ele afirmava que um livro não existiria enquanto não fosse lido. Então, da mesma forma, por mais que eu conte essas estórias, elas só podem existir quando são compartilhadas”. Cleidna lembrou a importância do respeito à arte, e àquilo que se pode aprender quando anedotas, experiências e conhecimentos são divididos coletivamente.

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Propósito e afeto

O professor Felipe Bambirra foi o primeiro convidado a abordar o tema da mesa, realizando um panorama filosófico das relações de trabalho com o reconhecimento e a satisfação do trabalhador. O convidado citou o pensador alemão Karl Marx (1818-1883), como desenvolvedor da noção de que o indivíduo é produto de seu meio, e que as necessidades materiais da sociedade definem os entes e suas relações, inclusive as de trabalho. Para o convidado, a atividade do trabalhador, nesse contexto, se desconecta de um propósito, sendo unicamente limitada àoperação de um mecanismo”.

Essa simples realização de uma tarefa mecânica é prejudicial, pois tira a autoestima, e o sentimento de realização pessoal do colaborador”. Por isso, o professor ressaltou a importância, ainda no início do processo de socialização da criança, de se desenvolver o afeto, pela relação familiar. “Isso é reproduzido nas demais relações, onde há um equilíbrio entre a autonomia dos sujeitos e a interação do ente com as particularidades do outro. Por meio dessa simbiose, somos levados a reconhecer o próximo em suas especificidades e direitos”.

Assim, também somos reconhecidos como pessoas, e podemos reconhecer em nós mesmos, as nossas habilidades, e como podemos ajudar em nosso ambiente ocupacional. O convidado ressaltou a relevância das relações interpessoais, como meio de se promover maior afetividade nos ambientes de ocupação. O convidado elogiou o Programa Saudavelmente, como projeto de cuidado desempenhado no âmbito da UFG, que realiza atendimentos sociais, psicológicos e psiquiátricos a membros da comunidade universitária.Ações institucionais como essa são necessárias para se garantir aos membros da comunidade acadêmica, a saúde mental e o bem-estar”.

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Organização e motivação

A professora Maria Amélia Dias Pereira, psiquiatra e membro do Saudavelmente, foi quem deu continuidade ao tema, abordando a motivação no ambiente laboral. “Algumas pessoas enxergam o trabalho como um mal necessário, o que as impede de encontrar a felicidade no espaço organizacional”. Apesar disso, a convidada reconhece que a atividade, quando não é vista com bons olhos por quem o desempenha, pode ser enxergada como “escravizante”. “Isso depende muito de como se dá o encontro do colaborador com a organização do trabalho”, destaca.

Essa organização consiste na divisão de tarefas, funções, hierarquias, modos de comunicação e subordinação. “É ela que deve conceder ao colaborador, a possibilidade de se realizar um trabalho que faça sentido, e que o permita exercer suas habilidades”. A convidada definiu que esse tipo de trabalho se destaca pela eficiência, e por ter uma finalidade. “Ele garante a segurança e autonomia ao indivíduo”.

A psiquiatra destacou a importância do reconhecimento no espaço laboral. “É gratificante quando recebemos um posicionamento positivo sobre a função que exercemos. Dá vontade de desempenhar melhor aquilo que fazemos, vontade de seguir nessa ocupação”. Outro ponto levantado pela convidada foi o trabalho saudável, cuja organização “dá oportunidades para negociações, abertas, democráticas e justas, entre os profissionais, nas relações laborais, e colabora para a transformação do sofrimento em motivação”.

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Pró-Reitor

O Pró-Reitor de Gestão de Pessoas, Everton Wirbitzki da Silveira, realizou o encerramento da mesa temática, e ressaltou a relevância do encontro, em comemoração ao dia do profissional de Recursos Humanos. Convivendo em uma sociedade como a nossa, na qual as pessoas estão em constante busca pelo prazer, precisamos convertê-lo em algo positivo. As pessoas precisam sentir satisfação no desempenho de suas atividades – por isso, iniciativas como essa, levadas aos nossos servidores, são tão relevantes”.

Everton pontuou a necessidade de se levar as teorias discutidas à realidade dos quadros de colaboradores da UFG. Esse é um esforço que precisamos assumir junto aos gestores, superando nossas limitações burocráticas e de tempo”. Entre medidas, o Pró-Reitor conta que a Instituição tem trabalhado uma lógica de planejamento do tempo, que inclui a racionalização de processos administrativos, em questões geográficas de atuação, o que promove a celeridade nos atendimentos à comunidade acadêmica.

Trabalhamos para que a Universidade tenha uma base sólida e humanizadora no atendimento aos servidores, e aos membros de nossa comunidade”, concluiu. Após o pronunciamento, o Pró-Reitor participou do sorteio de 28 ingressos à edição do Projeto Música no Câmpus, que estava marcado para ocorrer no mesmo dia, às 20h30, com apresentação da cantora paraibana Elba Ramalho. Os sorteios foram seguidos pela realização de um coffie break para interação dos convidados com organizadores.

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