Palestra IA no desenvolvimento econômico brasileiro

IA é uma questão de desenvolvimento social e econômico

Em 21/10/20 12:28.

Em palestra no 17º Conpeex, Andriei Gutierrez abordou as transformações sociais causadas pela Revolução Digital



 

Mariza Fernandes

Quando se fala em inteligência artificial, geralmente pensamos em termos complexos relacionados à tecnologia, conectividade e oferta de ferramentas para empresas. Por isso, a palestra ministrada por Andriei Gutierrez no 17º Conpeex, na noite da última terça-feira (20), surpreendeu com um tema que articula a inteligência artificial e o desenvolvimento social brasileiro. Segundo ele, o mundo vive um momento de transformação comparável à Revolução Industrial. “A gente sai de uma comunidade predominantemente industrial para uma sociedade predominantemente digital, e isso é muito importante porque transforma todas as relações sociais”.

Doutor em Ciência Política pela Unicamp e em Relações Industriais pela Université de Provence da França, Andriei faz pesquisa em áreas como ciências sociais, tecnologia da informação, mineração, logística, comércio internacional e bens de capital. Atualmente, é coordenador do Movimento Brasil, País Digital e Diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios da empresa IBM.

O pesquisador defendeu um ponto polêmico em sua palestra: O aparelho biológico humano está se tornando obsoleto para lidar com a massa de dados existente. Precisamos de um equipamento artificial para organizar dados e ajudar a tomar decisões, e é aí que entra a inteligência artificial. “O que seria de nós sem o Waze (aplicativo de navegação por GPS)? O ser humano não consegue mais apenas saber a rota. Com o grande fluxo de veículos das grandes cidades, ele precisa fazer projeções sobre o trânsito para definir o melhor percurso”, provocou.

Revolução digital

Para Gutierrez, as transformações em curso em todo o mundo são comparáveis à Revolução Industrial. As mudanças que ocorreram na Europa entre os séculos XVIII e XIX levaram a um redimensionamento da importância da indústria, com a transição de uma sociedade agrícola para uma sociedade industrial. Esse histórico oferece um contexto para compreendermos o que ocorre hoje. Por exemplo, as mudanças nas dinâmicas de consumo, nas formas de trabalho e na qualidade de vida. “Até mesmo a música tornou-se algo padronizado e mercantilizado na cultura de massas”, afirmou. A democracia também sentiu os efeitos das transformações do período, com o rádio e os novos meios de comunicação interferindo nos processos democráticos. 

Na avaliação do pesquisador, o lançamento do Iphone, em 2007, foi simbólico porque representou a convergência digital e a desmaterialização dos serviços e produtos. A mudança para a sociedade digital também ocorre na indústria. Atualmente, usa-se o conceito de indústria 4.0, caracterizada pela redução no número de funcionários e pela digitalização do processo produtivo. Gutierrez citou o exemplo da empresa Volkswagen, que lançou um carro cujo processo de produção ocorreu de forma 100% digital. “A mobilidade está sendo totalmente transformada com o trabalho remoto e os aplicativos de entrega e de mobilidade. Isso possibilita mudanças como um “êxodo” dos grandes centros como São Paulo para as pequenas cidades, pois é possível trabalhar a distância”, destacou. 

Regulamentação e desenvolvimento

Diante de tantas transformações, a sociedade precisa lidar com novas demandas. É necessário encontrar um balanço entre ética e regulação. "Deve-se garantir direitos e liberdades individuais mantendo a inovação, o desenvolvimento econômico e a competitividade”, explicou Gutierrez. Segundo ele, os serviços movidos a dados estão em crescimento e o Brasil deve estar atento a isso para se inserir na economia internacional. “A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) é, para o século XXI, o que a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) foi para o século XX, pacificando conflitos e respondendo a demandas sociais”, afirmou. 

Nesse contexto, o palestrante destacou a importância de que as instituições de ensino se dediquem à formação de mão-de-obra qualificada. “Se não olharmos para a qualificação, teremos um grupo que não consegue se enquadrar no mercado de trabalho e uma demanda não atendida. E isso está relacionado à inserção no Brasil no contexto internacional”, destacou. Em 2019, a UFG criou o primeiro curso de graduação em Inteligência Artificial do Brasil

Com a oferta do novo curso, a UFG se alinha à vanguarda de instituições de ensino de renome internacional. Isso porque em 2020 também passam a disponibilizar essa graduação o Massachusetts Institute of Technology (MIT) e a Carnegie Mellon University, ambas nos Estados Unidos.

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Fonte: Secom UFG

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