Evento na UFG aborda inovação e sustentabilidade

Texto: Camila Godoy

Fotos: Ana Fortunato

Durante dois dias, o auditório das escolas de Engenharias da UFG, no Câmpus Colemar Natal e Silva, reunirá estudantes, pesquisadores e profissionais para aprender, pensar e trocar experiências sobre inovação e sustentabilidade. As atividades fazem parte do III Simpósio de Empreendedorismo Ambiental, que começou na manhã desta quinta-feira (6/10) e seguirá até sexta com palestras, minicursos, exposição de equipamentos e programação cultural. A cerimônia de abertura do evento reuniu diversos gestores que possibilitaram a realização da programação e que são incentivadores da área.

A gerente do Centro de Empreendedorismo e Inovação da UFG, Emília Rosângela Pires, recebeu os convidados e explicou o significado de empreendedorismo. Para ela, esse conceito não se restringe a criar um negócio ou abrir uma empresa. “Todos que estão insatisfeitos com algo e querem melhorar alguma prática são empreendedores. Na área ambiental isso é bastante palpável, afinal, nos últimos anos, estamos sentindo a necessidade de mudar toda uma cultura, acostumada com o desperdício, com a poluição, entre outros aspectos”, afirmou.

A necessidade de transformar práticas sociais também foi o destaque da fala do organizador do evento, Emiliano Godoi. “Olhar para essa plateia e ver nossos alunos envolvidos nesse assunto, buscando melhorar e inovar, é o mesmo que ver renascer expectativas e esperanças por novos valores”, defendeu. O diretor da Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e Computação da UFG, Marcelo Stehling, acompanhou o pensamento e enalteceu o papel dos estudantes. Segundo ele, os professores apresentam técnicas, mas são os graduandos quem as aplica e criam soluções para a sociedade.

Emiliano Godoi agradeceu a presença dos convidados e dos estudantes

O diretor da Escola da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG, Frederico Martins, defendeu o papel da universidade no despertar a atenção das pessoas para problemas que muitas vezes, de acordo com ele, são atropelados pela economia e política, como os que envolvem o desrespeito à natureza. A coordenadora do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFG, Karla Emanuella, o diretor financeiro da Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis, Hélio Naves, e o diretor técnico do Sebrae, Wanderson Portugal, também participaram da solenidade e falaram sobre a importância do tema. 

Estudantes e empreendedores irão trocar experiências sobre inovação e sustentabilidade

Palestra

A primeira palestra do evento foi ministrada pelo empreendedor Jeremias Lunardelli, proprietário de uma fazenda próximo ao Ribeirão João Leite, entre os municípios de Goiânia e Anápolis, ele retém 45% de sua propriedade para preservação, desenvolve projetos agroecológicos e de ecoturismo, produz ervas medicinais, feno, hortaliças e frutas orgânicas e sedia um condomínio horizontal pautado na sustentabilidade. Durante sua apresentação, o palestrante contou como foi necessário transformar sua visão de mundo para chegar ao negócio, que hoje é um modelo de sucesso.

Jeremias Lunardelli relatou que antes de se mudar para sua atual propriedade, ele morou no Norte do Brasil, onde derrubou florestas, abriu estradas e ajudou a construir cidades. No entanto, problemas familiares o trouxe a Goiás. “Eu cheguei aqui achando que iria ensinar as pessoas a trabalhar, a ganhar dinheiro e desenvolver o Estado. Mas foi Goiás quem me ensinou. Aqui conheci pessoas que me mostraram que a ocupação do homem na natureza, desde que bem feita, não tem problema. Quanto mais compartilharmos ideias e espaço, mais vamos crescer”, afirmou.

Jeremias Lunardelli contou sua história de vida e falou sobre o sucesso de seu negócio