Vigifluor

Pesquisador da Unicamp participa de encontro na UFG

Em 11/09/15 13:41.

Aplicação de níveis adequados de fluoreto na água foi abordada como importante método para prevenção de cáries na população

Texto: Wanessa Olímpio

Fotos: Adriana Silva

De acordo com a Lei Federal 6.050, de 1974, todo sistema de tratamento e distribuição de água deve fluoretar a mesma. Para o professor Jaime Cury, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), especialista na área de fluoretos, essa adição à água ingerida pela população pode ajudar na prevenção de cáries. O monitoramento de teores de fluoreto adicionado pelas empresas de abastecimento de água, chamado de heterocontrole,  foi defendido por ele durante sua participação em reunião do Projeto Vigifluor, na Faculdade de Odontologia da UFG, realizada na última quinta-feira (10/9).

Segundo Jaime Cury, a ingestão ou preparação de alimento com a água fluoretada faz com que esta substância fique presente na saliva, juntamente com fluoretos provenientes de cremes dentais. A principal causa da cárie é a ingestão frequente de açúcar. “O fluoreto não é capaz de impedir que a bactéria grude no dente ou que ela transforme açúcar em ácido, mas atua acelerando a remineralização das lesões de cárie causadas pelo açúcar. Assim, ele tem um papel importante interferindo na progressão da doença”, detalhou o professor.

No entanto, Cury ressaltou que há algumas ressalvas a respeito do uso desta substância. “Se for utilizada em quantidade mínima pode não ter nenhuma ação de prevenção e se for utilizada acima desta quantidade recomendada pode causar fluorose dentária, que é um defeito na formação do esmalte do dente, caracterizada por manchas. Por essa razão é necessário o ajuste e o monitoramento, para que essa quantidade seja adequada”, explicou o especialista.

Vigifluor

Para pesquisador, o monitoramento dos teores de fluoretos agregados à água de abastecimento é fundamental para garantir maior benefício

Vigifluor

O Projeto Vigifluor é um estudo multicêntrico coordenado pela Faculdade de Saúde Pública da USP, com o objetivo de descrever a cobertura populacional da fluoretação das águas em municípios brasileiros com mais de 50mil habitantes e identificar as localidades que vêm desenvolvendo atividades de vigilância dessa medida em âmbito municipal e estadual. Em Goiás, ele é coordenado pela Professora Maria do Carmo Freire, da Faculdade de Odontologia (FO) da UFG e avaliou 20 cidades, inclusive com análise laboratorial de amostras das águas. Os resultados mostraram que a cobertura da fluoretação nos municípios pesquisados variou de 30,5 a 100%, que os teores médios de fluoretos estão adequados em cerca da metade das amostras analisadas e que a vigilância do método pelo Estado e pelos próprios municípios não tem sido realizada. Assim, os dados disponíveis sobre os teores de fluoretos na água têm sido fornecidos apenas pela SANEAGO e outras empresas que realizam a fluoretação.

A coordenadora afirma que, na cidade de Goiânia, a adição de fluoreto no sistema de distribuição de água acontece desde 1985 e que, segundo levantamentos realizados pela Faculdade de Odontologia da UFG, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a prevalência de cárie em crianças de 12 anos da rede pública diminuiu 78,5% entre os anos de 1988 e 2010. A manutenção da fluoretação e sua vigilância pelos serviços públicos de saúde é fundamental para se manter esta tendência. Maria do Carmo alerta, ainda, sobre a importância da redução do consumo de açúcar para o controle não só da cárie, mas também da obesidade, a qual tem apresentado alta prevalência no país.

Para a representante da Vigilância Sanitária Ambiental de Goiânia, Aparecida Alves, que também esteve na reunião, “através do Vigifluor se fez um diagnóstico da situação da fluoretação da água em Goiás. E com esse diagnóstico pode-se planejar ações a serem desenvolvidas nessa área”.

 

 

 

Fonte: Ascom UFG

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