UFG inaugura Instituto de Artes da Cena
Nova unidade é a 3ª criada nesta gestão e reúne cursos de Artes Cênicas, Direção de Arte e Dança
Texto: Kharen Stecca
Fotos: Carlos Siqueira
A Universidade Federal de Goiás (UFG) realizou no dia 17 de dezembro de 2025 a cerimônia de criação e instalação do Instituto de Artes da Cena (IAC-UFG). O novo instituto, cuja criação foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) em 1º de agosto de 2025, simboliza a consagração de uma construção histórica para a área de Artes na UFG. O IAC reúne os cursos de Dança, Direção de Arte e Artes Cênicas, além do programa de pós-graduação em Artes da Cena, antes abrigados na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac) e na Faculdade de Educação Física e Dança. (FEFD) Na mesma solenidade, o professor Alexandre Silva Nunes foi nomeado e empossado como o primeiro diretor da nova unidade acadêmica. Confira o álbum de fotos do evento aqui.
Alexandre Nunes em seu discurso de posse descreveu o momento como a “cerimônia de parto” do instituto. Ele relembrou que a ideia da nova unidade remonta à época da criação dos cursos de Dança e Direção de Arte, um conceito que, embora inicial em 2008, amadureceu ao longo de muitos anos, concretizando-se rapidamente nos últimos três anos. Nunes expressou gratidão à reitoria da UFG pela "capacidade de escuta e de compreensão" e por concretizar a criação da unidade em dezembro de 2025, e também agradeceu às diretorias parceiras da EMAC e da FEFD por terem dialogado e viabilizado a negociação. Por fim, ele ressaltou o sentido político e social da nova unidade, afirmando que o instituto deve atender à vocação da universidade pública frente à sociedade que serve. Para o diretor, a bússola que deve orientar o IAC é a função política e social das artes da cena na sociedade, vendo o instituto como um instrumento que a própria sociedade de Goiânia e do Brasil encontrou para fortalecer e organizar a área.
Valorização das Artes
A vice-diretora da EMAC, professora Flávia Cruvinel, unidade que abrigava os cursos de Direção de Arte e de Artes Cênicas desde sua criação expressou grande alegria com a formalização, classificando a criação do IAC como o “caminho natural” após a EMAC ter acolhido esses cursos. Ela enfatizou que o movimento representa não uma separação, mas sim uma "união", e que o fortalecimento do campo artístico da universidade é notório. A professora ressaltou ainda que o IAC irá fortalecer o campo artístico não apenas da universidade, mas de todo o estado de Goiás, devido ao trabalho imenso e de extrema importância que a unidade realiza, com profissionais que influenciam as políticas culturais e artísticas do Brasil.
O diretor da FEFD, professor Mário Hebling Campos, descreveu a separação como um "divórcio muito feliz" e consensual. O diretor explicou que, do ponto de vista pessoal e de amizade, nunca houve diferença entre os professores de Dança e Educação Física, que formavam um único time em ações de extensão, cultura, ensino e pesquisa. No entanto, ele explicou que o motivo da separação era de natureza política e administrativa, pois em debates cruciais, como a alocação de vagas ou a progressão, há uma grande diferença no entendimento das necessidades da área artística, o que dificultava a direção da faculdade representar a Dança. Sobre o novo instituto, ele afirmou que a unidade ganha um potencial para se desenvolver de forma significativa. Ele reforçou que o diretor possui um "time sensacional", com captação de recursos "incrível" e muita vontade de trabalhar.
O vice-reitor da UFG, professor Jesiel Freitas Carvalho, relembrou que, embora a universidade seja uma instituição transformadora, ela também é inerentemente conservadora em suas estruturas, o que exige muito convencimento para aceitar mudanças paradigmáticas. E esse esforço foi feito pela equipe que pleiteou a unidade. Ele frisou que a criação do IAC coroa o esforço da gestão em dar às Artes o seu devido lugar dentro da universidade. O vice-reitor também destacou a importância das Artes ao mencionar que o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) 2022-2027 da UFG foi alterado para incluir a "produção artística e cultural" como parte da missão da universidade, sendo um instrumento necessário para manter um ambiente intelectualmente virtuoso.
Expansão
A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima celebrou o momento, situando a criação do IAC no contexto da expansão da universidade durante sua gestão (2022-2026), que passará de 30 para 33 unidades acadêmicas. A reitora pontuou que o IAC é uma "unidade acadêmica plena" por possuir pós-graduação e atender a todos os requisitos estatutários, ao contrário de outras novas estruturas. Ela listou as três novas unidades criadas: o Câmpus Cidade Ocidental, o Instituto de Formação Superior Indígena Takinahaky e, agora, o Instituto de Artes da Cena. A reitora também ressaltou que a conquista é resultado de uma conjunção de fatores e vontades, mas enfatizou que é preciso em alguns momentos "dar um passo firme, um passo longo" para a frente e que isso foi exatamente o que o Instituto fez. Também ressaltou que espera que, daqui 25 anos, o Instituto esteja comemorando seu aniversário “em um prédio moderno, um teatro extraordinário, com uma acústica fantástica, e que essa estrutura seja como todos os empreendimentos da UFG: inovador, primeiro o estado de Goiás e até primeiro no Brasil”.
Fonte: Secom UFG
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