UFG e universidade da China inauguram novo espaço terapêutico

Fotos: Evelyn Parreira

A Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com a Universidade de Medicina Chinesa de Hebei (UMCH), realizou, no auditório da Faculdade de Enfermagem (FEN), a cerimônia de inauguração do primeiro Centro de Diagnóstico e Tratamento em Medicina Chinesa da América Latina. Esse feito foi possível graças à assinatura do convênio entre as duas instituições de ensino em 2019, durante a gestão do professor Edward Madureira, que resultou inicialmente na criação do Instituto Confúcio de Medicina Chinesa, sediado na Faculdade de Letras (FL). 

Para compor a mesa diretiva, foram convidados o vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho; a reitora da UMCH, Gao Weijuan; a vice-governadora da Província de Hebei, Jin Hui; assessor especial da vice-governadoria, Euler Morais, representando o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela; a secretária adjunta do governo da Província de Hebei, Zhao Rui; a diretora da Faculdade de Enfermagem (FEN) e vice-diretora do Instituto Confúcio na UFG, Camila Caixeta.

Outros servidores da UFG e também professores da universidade chinesa estavam presentes na cerimônia, que contou com uma intérprete para traduzir em mandarim o que era dito em português e vice-versa. A diretora Camila ressaltou que o momento também era de comemoração pelos cinco anos do Ambulatório de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), que já atendeu cerca de sete mil pessoas. A criação do Centro de Diagnóstico e Tratamento representa, para Camila, um novo capítulo dessa jornada em busca da oferta de cuidados em saúde. "Estamos prestes a nos tornar um farol da Medicina Tradicional Chinesa em Goiás e em todo o Brasil. Essa iniciativa traz consigo o potencial de nos beneficiar na área da educação, na pesquisa e na assistência ao paciente", enaltece.

A reitora da UMCH iniciou seu discurso comparando as condições climáticas de sua terra natal e da capital goiana. "A minha cidade está fria enquanto Goiânia está quente e faz calor. Embora estejamos a quilômetros daqui, o verdadeiro conhecimento não é afetado pela distância, pois nossos corações estão unidos". E dessa forma, continuou a falar do sentimento em comemorar essa inauguração: "'Em nome de todos os professores e universitários da Universidade de Medicina Chinesa de Hebei, gostaria de expressar a minha mais sincera gratidão a todos os convidados que participaram dessa cerimônia e a todos os colegas que trabalharam na preparação dessa inauguração".

Gao Weijuan relembrou o memorando assinado pelas duas instituições em 2017, que tem gerado uma cooperação frutífera no ensino, na pesquisa e em outros aspectos, especialmente com a criação do Instituto Confúcio de Medicina Chinesa da UFG. "Este é o primeiro Instituto Confúcio de Medicina Chinesa da América Latina. Com a estreita cooperação entre as nossas duas universidades, o Instituto Confúcio alcançou alguns resultados no ensino de mandarim e medicina chinesa, promovendo a cooperação entre as duas universidades e o intercâmbio cultural entre China e Brasil. Até agora, foram abertas mais de 50 turmas de mandarim, introdução de medicina chinesa, acupuntura, tai chi; matriculou mais de 700 alunos e realizou cerca de 100 atividades de intercambio cultural, como palestras sobre medicina chinesa e práticas em medicina chinesa".

A gestora afirmou que a medicina chinesa é um tesouro da ciência da antiga China. "Nos últimos anos, a eficácia e o papel da medicina chinesa tem sido cada vez mais reconhecidos como parte do sistema médico internacional. Ela desempenha um papel ativo na promoção da saúde humana. Construímos o Centro de Diagnóstico e Tratamento de Medicina Chinesa que amplia o campo de cooperação prática mas também promove o compartilhamento e o desenvolvimento da medicina chinesa no Brasil", defendeu Gao Weijuan. Ela também pontuou o apoio da UMCH para a UFG: doou computadores e equipamento elétricos de tratamento de acupuntura e outros equipamentos para o Centro de Diagnóstico e enviou professores para atender regularmente no Centro. "No futuro, continuaremos a apoiar a construção e o desenvolvimento do Centro e a fazer contribuições positivas para a saúde e o bem-estar do povo brasileiro, finalizou."

Segundo Jesiel Carvalho, a inauguração do Centro é o resultado de um esforço conjunto dessas universidades para criar um ambiente de práticas de medicina tradicional chinesa na UFG com relevância acadêmica e para a saúde da população. Essas ações conjuntas tiveram apoio do governo de Goiás e tem aproximado os dois povos ao promover o conhecimento mútuo e possibilitar o trabalho cooperativo "que são pressupostos fundamentais para o convívio produtivo e pacífico entre as nações. A UFG tem orgulho de sediar o Instituto Confúcio de Língua, Cultura e Medicina Chinesa, bem como o Centro de Diagnóstico e Tratamento de Medicina Tradicional Chinesa. Agradecemos a cooperação chinesa para esses empreendimentos e reafirmamos nosso interesse em ampliar a cooperação entre a UFG e a Universidade de Hebei, bem como com outras universidades chinesas para o intercâmbio linguístico, cultural, artístico, científico e tecnológico", enalteceu o vice-reitor.

Após citar números da UFG em relação a estudantes, laboratórios e centros de pesquisa, o Jesiel afirmou à vice-governadora da Província de Hebei que a Universidade tem oportunidades amplas de colaboração em todas as áreas de conhecimento. "A internacionalização para a UFG é um desafio institucional permanente e de grande relevância para o ensino e a pesquisa e, neste contexto, a aproximação com a China é uma prioridade. A Reitoria da UFG tem a expectativa de que esta iniciativa materializada nesse momento se estenda para outros campos e iniciativas de cooperação e intercâmbio ainda mais amplos. Queremos consolidar e ampliar nossas relações institucionais com as universidades chinesas", finalizou Jesiel, desejando vida longa ao recém-criado Centro de Diagnóstico e Tratamento de Medicina Chinesa da UFG.

Início da cooperação

A UFG estava em tratativas desde 2017 para a criação de um Instituto Confúcio, com missões oficiais e encontros na China e no Brasil. Um deles foi a Missão de Educadores Brasil-China 2017, em maio daquele ano. Na ocasião, o então reitor Orlando Amaral assinou um memorando de entendimentos entre a Hebei University of Chinese Medicine e a UFG. A solenidade de assinatura foi realizada na Secretaria de Educação da Província de Hebei. O documento estabeleceu a intenção de promover atividades de cooperação entre professores e estudantes nas áreas de medicina tradicional chinesa, medicina ocidental e outras áreas da saúde.

Em maio de 2017, a UFG recebeu a diretora do Instituto Confúcio da PUC-Rio, Qiao Jianzhen. Dois meses depois, Orlando Amaral visitou a Embaixada da China, em Brasília, com o intuito de dar prosseguimento às negociações. Ele se reuniu com o conselheiro cultural da Embaixada, Shi Zegun. No encontro, o reitor entregou uma carta com a manifestação de interesse no estabelecimento do instituto na UFG, com o apoio do governo de Goiás.

Entre 28 de junho e 7 de julho de 2019, foi realizada uma missão a Shijizuang, na província de Hebei, e a Pequim, capital da China. Participaram da delegação, além do reitor, o diretor de Relações Internacionais da UFG, Francisco José Quaresma, a diretora da Faculdade de Enfermagem, Claci Fátima Weirich Rosso, a professora da Faculdade de Medicina e presidente da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc), Cacilda Pedrosa de Oliveira, e a professora da Faculdade de Ciências Sociais, Laís Forti Thomaz. Nessa missão, foram feitos vários encontros e reuniões na Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Hebei, bem como na Secretaria de Educação da Província e na sede do Instituto Confúcio.