Formação de professores é discutida em colóquio de licenciatura

Texto: Caroline Pires 

Com o objetivo de contribuir com o aperfeiçoamento das competências do licenciando na educação básica, a Pró-Reitoria de Graduação da UFG realizou nesse sábado, 6/5, o Colóquio Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e Residência Pedagógica. A ideia é reforçar junto aos estudantes de licenciaturas da UFG valores como a defesa da educação e a formação continuada.

A pró-reitora adjunta de Graduação, Heliny Carneiro, considera que nesse momento pós pandemia é essencial se discutir e pensar a valorização dos professores. "Esse diálogo tem que ser permanente e é fundamental. Por isso esse tipo de evento deve sempre ser pensado de forma coletiva", defendeu. A coordenadora de Residência Pedagógica da Prograd UFG, Patrícia Machado, agradeceu a presença dos estudantes e reforçou a necessidade de participação também nos eventos que serão realizados nos próximos meses, de forma virtual. 

Dando início a mesa-redonda, a professora Carina Noronha reforçou a necessidade da manutenção do Espanhol no currículo do ensino fundamental e médio. Em seguida, ela exemplificou a importância dos cursos de atualização para os professores e a necessidade dos docentes estarem envolvidos no uso de novas ferramentas, inclusive virtuais. "Nossa luta é manter o Espanhol na rede pública e particular, por isso convido a todos a participarem do movimento Fica Espanhol". Como preceptora da Residência Pedagógica, ela destaca que a prática é um constante desafio, uma vez que as metodologias didáticas não são estáticas e estão sempre em movimento.

Licenciandos da UFG foram apresentados aos desafios e a necessidade constante de diálogo e defesa pela educação

Pensar a formação continuada, em especial no contexto de políticas atuais, que sofre os efeitos de governos anteriores convoca uma luta constante. Com essa afirmação Adda Echalar iniciou sua fala, trazendo dados do Relatório do Banco Mundial que apontam prejuízos de 1.7 trilhão de dólares após os 10 meses de fechamento das escolas na pandemia. De acordo com a professora, os contextos devem ser pensados de maneira ampla e no qual o profissional formado deve está atenta para as contradições do mundo do trabalho. "A docência é uma atividade intencional e planejada. Há certos improvisos, mas nossa atividade demanda planejamento", afirmou. Segundo ela, o trabalho docente deve ser visto como categoria de formação de pessoas que pensam. "Temos que reforçar que nosso fazer é científico. Não é nem um pouco menos que isso. Não estou aqui falando com estagiários, se aproprie do que vocês são: professores em formação", frisou. Nesse contexto, é essencial que todos se enganem na defesa de uma educação pública, laica e de qualidade. "Precisamos ser contrários à tudo que defende a visão de educação como mercadoria. Vamos resistir. É sobre isso", finalizou. 

"Educação não é indústria ou comércio. Essa concepção precisa ser quebrada. Professores formam seres pensantes", defendeu Adda Echallar.

Por fim, Jaqueline Civardi iniciou sua fala destacando que é necessário pensar de forma ampliada as relações que estão implicadas no processo de formação de professores. Ela entende que a educação, e não só a superior, passou por um profundo desmonte nos últimos anos que requer de toda a sociedade um enorme trabalho para se reestabelecer. "Pensamos não só o nosso trabalho de formiguinha no âmbito de nossas formações, mas a UFG há anos participa das discussões políticas para a construção de políticas públicas que pensem a licenciatura de maneira ampla", considerou. De acordo com a professora, hoje a universidade conta com um perfil de alunos de baixa renda e que tem o total potencial de agir para a formação de seres pensando e capazes de promover a transformação social. "Obviamente isso preocupa as elites que querem e pensam em termos monetários. Hoje se pensa a educação em termos de de produtividade industrial", afirmou. Segundo ela, a UFG trabalha visando romper com esse paradigma e avança, há anos, com o diálogo e representações de várias áreas para a transformação dessa realidade, imposta desde 2016 e que desemboca no momento desafiados atual para a formação de professores.

Pró-reitora adjunta da Prograd, Heliny Carneiro, e coordenador do PIBID na UFG, Vanilton Camilo

O que é Residência Pedagógica? 

É um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal da Coordenação Pedagógica de Pessoal de Nível Superior (Capes), que tem por objetivo fomentar projetos de residência pedagógica visando contribuir para a formação inicial de professores da educação básica dos curso a de licenciatura. 

O que é Pibid?

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) oferece a oportunidade que professores em formação estejam desde a graduação em contato com as salas de aulas. Entende-se que essa formação é essencial para que a licenciatura seja fortalecida e dialogue com a comunidade.