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Sustentabilidade é a base para o progresso no pós-covid, diz embaixador

Em 24/08/22 09:37.

Palestra ministrada por Ignacio Ybáñez abordou a Agenda 2030 e o Pacto Ecológico Europeu

Texto: Eduardo Borges

Fotos: Carlos Sirqueira e Michely Loures

Durante o encontro realizado pela Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da Universidade Federal de Goiás (UFG), o embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, Ignacio Ybáñez Rubio, ministrou a palestra “Políticas da União Europeia para a Sustentabilidade: os Desafios da Agenda 2030”. O evento ocorreu no Teatro Belkiss Spencièri Carneiro de Mendonça, localizado na Escola de Música e Artes Cênicas (Emac/UFG).

Ignacio Ybáñez é um diplomata espanhol que foi Secretário de Estado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, ocupando também o cargo de Diretor-Geral da Política Externa e Assuntos Globais Multilaterais e Diretor-Geral da África, Mediterrâneo e do Médio Oriente. Foi embaixador da Espanha e da Rússia e representa o Brasil desde o ano de 2019. Em sua fala no evento, iniciou destacando que o mundo pós pandemia ainda está mostrando seus desafios, sendo necessária uma ação global conjunta de forma imediata.

“A sustentabilidade está há muito tempo no núcleo do projeto Europeu e é estratégico para a UE, por isso tivemos um papel de liderança no processo que levou à adoção da Agenda 2030 e dos seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A sustentabilidade deve ser a base do processo de retomada da economia no contexto pós-covid. Isto vai demandar um trabalho coordenado dos países e a participação dos diferentes setores da sociedade”, afirma o embaixador.

Ignacio ressaltou também que a UE e o Brasil são parceiros estratégicos desde o ano de 2007 e ambos se comprometeram a apoiar a implementação da Agenda 2030, reconhecendo que se trata de uma importante ação para enfrentamento dos desafios globais, nacionais e locais. De acordo com o embaixador, para o cumprimento dos objetivos e o consequente sucesso da Agenda, é preciso um maior diálogo com as Nações Unidas e apoios internacionais que tenham como norte valores universais de respeito e apoio às pessoas, sobretudo as mais vulneráveis social e economicamente.

“A situação sem precedentes criada pela covid-19 gerou críticos desafios aos direitos humanos. Por isso, é necessário unir forças para promover os ODS como caminho para o desenvolvimento sustentável e também solidário, capaz de enfrentar a pandemia e responder às suas consequências. Mais de seis anos após a aprovação da Agenda 2030, lacunas consideráveis permanecem nas estatísticas para muitos ODS. Os países estão longe de alcançar as metas fixadas e no Brasil a situação não é diferente”, analisa o diplomata.

 

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Palestra reuniu comunidade acadêmica da UFG no Teatro Belkiss Carneiro

 

O embaixador afirmou que um dos objetivos primordiais da UE é que até 2050, não tenham emissões de gases que potencializam o efeito estufa, meta fruto do Pacto Ecológico Europeu. A ação foi implementada em dezembro de 2019, sendo uma resposta à emergência climática e os desafios ambientais que representam ameaças para todo o mundo. O pacto é uma estratégia para o futuro do desenvolvimento, que visa transformar a UE em uma sociedade mais igualitária e próspera, dotada de uma economia moderna e eficiente.

O Pacto Ecológico é parte da estratégia de execução da Agenda 2030, e, para Ignacio, se tornou ainda mais relevante no cenário atual por ser o centro de todo o plano de recuperação. Além disso, o diplomata defende que o mundo deve usar deste momento para transformar um desafio urgente, que é o pós-covid, em uma oportunidade para crescimento sustentável e inclusivo. Ignacio diz ainda que as metas não serão concretizados com uma Europa agindo isoladamente. Os fatores determinantes das alterações climáticas, perdas ambientais e desafios sociais e econômicos produzidos pela pandemia são globais e não estão limitados por fronteiras nacionais. Tais desafios exigem uma resposta mundial e para isso, é necessário que a UE continue intensificando o diálogo com países parceiros para que sejam estabelecidas formas inovadoras de colaboração.

“Apoiar a educação e a formação de qualidade, bem como a coesão social é uma prioridade da UE, que tem somado esforços com países parceiros como o Brasil para reforçar as capacidades no campo da educação. Isso, sobretudo por meio do programa Erasmus, que tem apoiado projetos de universidades brasileiras, contribuindo para o ensino e aprendizagem, e incentivando a mobilidade de estudantes, formandos e professores. A Universidade Federal de Goiás é um exemplo desta cooperação, com a recente Cátedra Jean Monnet”, acrescenta o embaixador.

Ignacio concluiu sua fala reforçando que a situação global merece mais cuidado, mas em momentos como este é que surgem oportunidades para intensificar ações de união. Será possível construir um futuro social e economicamente melhor, se este for apoiado na Agenda 2030. Dessa forma, o Brasil e UE vão poder retomar o tão almejado desenvolvimento em diferentes setores.

 

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Ignacio Ybáñez Rubio: UE e Brasil são parceiros estratégicos desde de 2007 

 

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Fonte: Secom/UFG

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