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UFG assina acordo de cooperação tecnológica com os Fuzileiros Navais

Em 20/10/21 14:22.

Acordo prevê desenvolvimento de robô expedicionário para aumentar poder de combate da Marinha

Beatriz Carvalho

A Universidade Federal de Goiás, por meio da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Câmpus Aparecida (FCT/UFG), assinou, no dia 7 de outubro de 2021, um acordo de cooperação técnica com o Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN), organização militar pertencente ao setor Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN), que é responsável por elaborar e executar os projetos de ciência, tecnologia e inovação da Marinha do Brasil. 

Por intermédio do CTecCFN, a Marinha do Brasil celebrou este acordo com a UFG, reconhecendo a infraestrutura e o capital humano existentes na universidade, com o propósito inicial de desenvolver um protótipo de “robô expedicionário”, valendo-se também das infraestruturas laboratoriais e corpo de pesquisadores de seus próprios sistemas de ciência, tecnologia e inovação.

O contato partiu da UFG por iniciativa do Prof. Dr. Solon Bevilacqua, do curso de Engenharia de Produção da FCT, que solicitou uma visita ao Corpo de Fuzileiros Navais para entender as demandas de plataformas robóticas para atividades de combate. Para o comandante do CTecCFN, Capitão de Mar e Guerra Celio Litwak Nascimento, a UFG se mostrou capaz e interessada em desenvolver uma parceria com a Marinha do Brasil para que essas demandas fossem atendidas.

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Comandante do CTecCFN, Capitão de Mar e Guerra Celio Litwak Nascimento, docente da UFG, Prof. Dr. Solon Bevilacqua e o Capitão de Fragata Fabricio Baroni de Carvalho

 

O primeiro projeto 

O projeto inicial prevê a criação de um protótipo do “robô expedicionário”, uma plataforma de sensoriamento voltada para as tarefas de reconhecimento de infantaria, engenharia e operações especiais, que no futuro permitirá o desenvolvimento de ações de reconhecimento operado remotamente, preservando a integridade física do operador.

As atividades deste primeiro projeto já começam em janeiro de 2022, com duração prevista de 18 meses, e envolverão o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil (SCTMB), por intermédio da Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação da Marinha (ICT-MB) - Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais, nas áreas de modelagem, manufatura aditiva, mecânica e mecatrônica, para o desenvolvimento do protótipo que será submetido a testes sob a coordenação do Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN). Na UFG, o plano de trabalho do projeto prevê a abertura de um edital de seleção para cinco bolsistas em breve. 

Além do ganho operacional da força naval, de acordo com o comandante do CTecCFN, Capitão de Mar e Guerra Celio Litwak Nascimento, essa parceria incrementará o relacionamento institucional, permitirá que a UFG possa conhecer melhor as demandas tecnológicas da Marinha do Brasil e, diante de suas linhas de pesquisa, possa participar de outros projetos das tropas de Fuzileiros Navais. Além disso, os projetos pretendem também ser úteis para a sociedade civil e para os órgãos estaduais de segurança pública. “A tradicional UFG possui expertise em tecnologias ditas disruptivas, tais como a robótica e a inteligência artificial, sendo estas tecnologias fundamentais para garantir a visão de futuro da Marinha em ser uma força moderna e com alto grau de independência tecnológica”, aponta o comandante. 

Na visão do Prof. Solon Bevilacqua, a parceria com a Marinha do Brasil abre um novo segmento para pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos na área da defesa para a UFG, já que o robô será utilizado em missões de risco. “ Esse é um horizonte para a pesquisa que ainda não tínhamos na UFG. Daqui a pouco, a Marinha pode estar utilizando esse robô em missões humanitárias como as que o Brasil faz no Haiti, Moçambique, Angola e no Brasil, em situações de desabamento ou sequestro, por exemplo”, explica o docente.

Confira a entrevista na íntegra com o comandante do CTecCFN, Capitão de Mar e Guerra Celio Litwak Nascimento: 

1- Por que a UFG foi a universidade escolhida para o acordo?

O contato com a UFG começou por iniciativa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG, que solicitou uma visita ao Corpo de Fuzileiros Navais para entender as demandas de plataformas robóticas para atividades de combate. A UFG se mostrou capaz e particularmente interessada em desenvolver uma parceria com a Marinha do Brasil para que essas demandas sejam atendidas.

2- Quais as expectativas da Marinha com esse acordo técnico? 

Desenvolver projetos que aumentem o poder de combate do Fuzileiros Naval, em parceria com outros atores do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI), valendo-se das infraestruturas laboratoriais e corpo de pesquisadores altamente qualificados. O robô expedicionário é o primeiro projeto. Inicialmente ele será remotamente controlado, mas em uma visão de futuro imagina-se alguma autonomia para a plataforma. Nesse sentido a UFG é o parceiro ideal pois pode integrar ao projeto os pesquisadores do curso de Inteligência Artificial.

3- Além do ganho operacional da força naval, para o senhor qual a importância deste primeiro projeto com o Robô Expedicionário? 

O estabelecimento da parceria por meio do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) incrementará o relacionamento institucional, permitindo que a UFG possa conhecer melhor as demandas tecnológicas da Marinha do Brasil, e diante de suas linhas de pesquisa, participar de outros projetos de interesse da força naval. Consolidar a parceria entre a Marinha do Brasil, particularmente o Corpo de Fuzileiros Navais, e a Universidade Federal de Goiás a fim de desenvolver projetos duais que aumentem o poder de combate das tropas de Fuzileiros Navais mas também tenham utilidade para a sociedade civil e para os órgãos estaduais de segurança pública. A tradicional UFG possui expertises em tecnologias ditas disruptivas tais como a robótica e a Inteligência Artificial, sendo estas tecnologias fundamentais para garantir a visão de futuro da Marinha em ser uma Força moderna e com alto grau de independência tecnológica.

4- O projeto vai envolver quais áreas da Marinha? 

O projeto envolverá o Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha do Brasil (SCTMB), por intermédio da Instituição Científica, Tecnológica e de Inovação da Marinha (ICT-MB) - Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais, nas áreas de modelagem, manufatura aditiva, mecânica e mecatrônica, para o desenvolvimento do protótipo que será submetido a testes sob a coordenação do Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN).

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Comandante do CTecCFN, Capitão de Mar e Guerra Celio Litwak Nascimento e o docente da UFG, Prof. Dr. Solon Bevilacqua, assinam acordo de cooperação técnica.

Fonte: FCT UFG

Categorias: Notícias FCT