Palestra indústria 4.0

Palestra indica novos rumos para profissões com avanço da tecnologia

Em 15/03/21 10:00.

Professor da UFG discute a influência da digitalização dos sistemas no mercado de trabalho

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Rodrigo Bombonati e Jesiel Carvalho durante Diálogos em Pesquisa e Inovação (Imagens: captura de tela)

 

Augusto César

A palestra "Indústria 4.0: impactos sociais e profissionais", realizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da Universidade Federal de Goiás (UFG), no âmbito do Programa Diálogos em Pesquisa e Inovação, foi transmitida pelo canal oficial da UFG no Youtube, na última sexta-feira (12). Quem ministrou a apresentação foi o professor Rodrigo Bombonati de Souza Moraes, docente da UFG. Tendo como base seu livro, com autoria de vários pesquisadores e homônimo à palestra, o Rodrigo abordou algumas consequências do atual estágio de desenvolvimento tecnológico para a sociedade e as profissões.

"Quando a gente tá falando de Indústria 4.0, falamos de integração e controle da produção a partir de sensores e equipamentos conectados em rede e da fusão do mundo real com o virtual." Em outras palavras, o professor explica que a digitalização do processo de produção, desde a coleta de matéria-prima, fabricação de produto, transporte, comércio até o serviço ao consumidor. Este novo modelo de produção teria por consequência a interconexão entre as pessoas, objetos e sistemas. "Sem este fenômeno chamado Indústria 4.0, não existiria as chamadas plataformas digitais", exemplificou Bombonati.

O professor Rodrigo mostrou dados relativos a empresas que, ao adotarem este novo modelo industrial, conseguiram aumentar a sua renda por funcionário, tais como McDonald's, Google, Facebook (mais dados em imagem abaixo).

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Impacto da indústria 4.0 em grandes companhias

 

Contudo, é ressaltado por Bombonati uma mudança no prisma das profissões com base nos avanços da tecnologia. Especialistas apontam que a criação de novos empregos tendem a aumentar com a Indústria 4.0, mas que outras profissões serão extintas devido a ela. Uma mão de obra com diferentes qualificações será cada vez mais exigida no futuro.

Um exemplo que o pesquisador apontou é a discussão da tecnologia dentro da educação, ao debater o capítulo 5 da obra, "A 'Tecnologização' da vida e a formação de professores". Ele pondera: "Eu acho que este é uma orientação das autoras [Cynthia Viana e Luciana Bellido, também docentes da UFG], de trazer a tecnologia para a formação de quem vai ensinar, porque os impactos serão enormes". Tanto o livro e a palestra apontam para a necessidade de unir esforços para o aproveitamento do potencial tecnológico em paralelo à elaboração de políticas públicas como resposta a eventuais efeitos sociais negativos.

O professor Jesiel Carvalho, pró-reitor de Pesquisa e Inovação da UFG e mediador da palestra apontou a necessidade de integrar os avanços tecnológicos com o bem-estar coletivo. "Esse é o grande desafio que se coloca, na medida que as tecnologias se desenvolvem e geram facilidades maiores para a vida humana. Isso deveria se converter em maiores condições para que as pessoas se dedicassem a atividades inerentemente humanas."

"Mas infelizmente, as desigualdades abismais que perpassam o mundo inteiro tornam essas conquistas elementos de aprofundamento dessas desigualdades", pondera o pró-reitor. Contudo, ele também ressalta: "O nosso caminho é buscar caminhos para reverter essa situação e tornar esse avanço científico em um fator de promoção do bem-estar de uma maneira mais ampla".

Fonte: Secom UFG

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