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Orçamento prevê corte de 18,2% para universidades federais em 2021

Em 12/08/20 17:18.

Diretoria da Andifes considera proposta grave e prevê suspensão de atividades essenciais; Se corte for mantido, UFG perderá R$ 16,5 milhões de seu orçamento anual

Texto: Salvio Farias

Em coletiva de imprensa realizada por videoconferência na tarde desta quarta-feira, 12/08, a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) respondeu aos questionamentos de jornalistas de todo o Brasil sobre o anúncio de corte orçamentário para 2021, proposto pelos ministérios da Educação e da Fazenda, e a restrição para a realização de concursos públicos para o preenchimento de vagas já existentes.

Comandada pelo reitor da UFG e presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil, a coletiva durou mais de uma hora e, apesar de ter dois temas importantes, girou quase que integralmente sobre o impacto dos cortes no orçamento das universidades federais. A proposta orçamentária precisa ser encaminhada ao Congresso Nacional, mas se os cortes forem mantidos, a UFG perderá 16, 5 milhões de seu orçamento anual.

Os cortes podem chegar a representar um bilhão de reais, se somados os valores referentes às 69 universidades federais que serão atingidas. Os dirigentes da Andifes explicaram que será impossível que essas instituições absorvam a falta desse montante. O impacto será sofrido em todos os níveis de administração e manutenção das instituições, sobretudo nas políticas assistenciais, como o fornecimento do auxílio estudantil por meio de bolsas para moradia, refeições e permanência. Vale lembrar que cerca de 25% dos estudantes das universidades públicas brasileiras têm renda familiar de menos de meio salário mínimo per capita.

O problema se agrava se for considerado que nos últimos três anos o orçamentos das IFES tem sido nominalmente congelado, embora serviços sejam reajustados todos os anos. Ou seja, o orçamento é o mesmo, mas os gastos com o consumo de água, energia, pessoal terceirizado das áreas de segurança e limpeza são reajustados conforme os índices do mercado.

O reitor Edward Madureira Brasil afirma que a economia de pelo menos 320 localidades onde há campi de universidades federais também será duramente afetada, sobretudo nos menores municípios, onde a atividade econômica é menos diversificada. “Não só as universidades são impactadas com essas medidas, além do futuro da ciência brasileira, teremos o impacto no futuro de uma geração de estudantes e na economia de muitas cidades.”

A Andifes prevê que os gastos das instituições em torno da pandemia aumentarão consideravelmente com a retomada das aulas presenciais, pois haverá a necessidade de adequação de espaços de aula e laboratoriais, limpeza e higienização sistemática de ambientes e ampliação de estruturas físicas, além de ações que já estão sendo realizadas, como a aquisição de equipamentos de informática e pacotes de dados para que estudantes sem condições financeiras consigam realizar as atividades acadêmicas.

Além do presidente Edward Madureira Brasil, participaram da coletiva de imprensa os demais membros da diretoria da Andifes, os reitores: Marcus Vinicius David (UFJF), Luís Eduardo Bovolato (UFT), Joana Angélica Guimarães (UFSB) e Paulo Afonso Burmann (UFSM).

Fonte: Secom UFG

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