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Mulheres da UFG recebem comenda da Assembleia Legislativa

Em 14/03/19 11:15.

Michele Cunha Franco, Gyzele Souza, Marta Quintiliano e Tizuko Iwamoto Valadares foram reconhecidas como mulheres de destaque

A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás concedeu nesta quarta-feira, 13/03, a Comenda Berenice Teixeira Artiaga. Quatro mulheres da Universidade Federal de Goiás foram contempladas com a honraria: a professora Michele Cunha Franco, a servidora técnico-administrativa Tizuko Iwamoto Valadares e as estudantes de pós-graduação Gyzele Cristina Xavier Santos Souza e Marta Quintiliano.

A entrega da comenda foi realizada em solenidade realizada no plenário Getulino Artiaga. A sessão especial, proposta pelas deputadas Delegada Adriana Accorsi e Lêda Borges, faz alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e presta homenagem às mulheres goianas que se destacaram pelos relevantes serviços prestados à sociedade.

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Ao centro, a professora Michele Cunha Franco

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A doutoranda Marta Quintiliano recebe a comenda

A indicação de Michele Cunha Franco (professora da Faculdade de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Direitos Humanos) e Gyzele Souza (Mestranda em Direitos Humanos) foram feitas pela deputada Adriana Accorsi (PT). A estudante Marta Quintiliano (Doutoranda em Antropologia) foi indicada pelo deputado Antônio Gomide (PT). Já a servidora Tizuko Valadares (Instituto de Ciências Biológicas) foi indicação do deputado Coronel Adailton (PP).

Compuseram a mesa de trabalhos o presidente da Casa de Leis, Lissauer Vieira (PSB), presidindo a sessão; o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM); a presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e primeira-dama do Estado de Goiás, Gracinha Caiado; e a secretária municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Ana Carolina Nunes de Souza Almeida, representante do prefeito Iris Rezende (MDB).

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A mestranda Gyzele Souza recebe a comenda

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A servidora Tizuko Iwamoto Valadares recebe a comenda

Também estavam presentes na mesa a representante da Câmara Municipal de Goiânia, vereadora Priscila Tejota (PSD); a sub-procuradora-geral para Assuntos Jurídicos, Ana Cristina Ribeiro Peternella, representando o Ministério Público Estadual (MP-GO); e a representante do Comando de Operações Especiais, capitão Ana Rocha. Além deles, participaram a coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa dos Direitos da Mulher, defensora pública Gabriela Rosa Hamdan; a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Ana Rita Marcelo de Castro; as ex-deputadas Isaura Lemos e Dária Alves; a advogada Anna Vitória Caiado e o vereador por Goiânia, Cabo Senna (PRP).

A primeira a usar a palavra foi a deputada Lêda Borges, que destacou o que classificou como "epidemia de assassinatos de mulheres nos últimos tempos", salientando que elas ainda precisam lutar todos dias por igualdade e pelo direito à vida. “Esse momento é um momento de muita reflexão. Estamos aqui comemorando vitórias, mas não vitórias contemporâneas. Comemorar a lei contra o feminicídio não é comemoração, pois em pleno século XXI vivemos retrocesso. Retrocesso no direito à vida, aos direitos humanos, ao direito de sermos quem quisermos ser sem sofrermos nenhuma ameaça. Basta de tanta morte, ameaça e desrespeito contra nós!, defendeu. "Antes de tudo, somos seres humanos e o nosso gênero não difere nossas inteligência e competência".

A deputada também falou sobre a baixa representatividade das mulheres na Assembleia. “A Casa reflete que somos apenas duas mulheres neste plenário. Os noticiários refletem isso. Virou moda matar mulher. A luta começou de novo. Eu parabenizo a todas pelas lutas e não pelo dia. Creio que a nossa força de gerar, criar e nos posicionarmos tem incomodado dessa forma. A nossa posição de ladear tem incomodado o século XXI”, finalizou.

Logo após, Adriana Accorsi subiu à tribuna para destacar os desafios que mulheres enfrentam, mesmo depois de décadas de luta por igualdade. Ela elencou o aumento da representatividade nos poderes, o combate da violência doméstica, defendeu salários justos e compatíveis com o cargo e função.

A deputada apresentou números da violência contra a mulher. “Mais de 500 mulheres são agredidas por hora no Brasil, sendo que 177 sofrem espancamento. O assédio ocorre nas ruas, em casa e também no ambiente de trabalho, e tem silenciado e matado várias de nós", pontuou. Segundo ela, levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que mais de 16 milhões de mulheres, cerca de 27,35% das brasileiras, sofreram algum tipo de violência durante o ano passado. "A violência doméstica é uma violência de repetição. Ela nunca é um tapa só, um empurrão só. Ela tem intervalos e até gestos amorosos entre um tapa e outro. Os casos de feminicídio, muitas vezes, são o ponto final de uma história de violências repetidas, que poderiam ter sido interrompida pela atenção de vizinhos, familiares ou pelo poder público”.

Adriana Accorsi também falou de conquistas recentes de mulheres pelo mundo, como a premiação com estatuetas do Oscar sendo entregue para mais mulheres este ano. “É preciso destacar que nos últimos anos o processo de empoderamento e liberdade das mulheres levou a um crescimento no número de mulheres empreendedoras, em cargos de confiança, nas universidades e destacadas em premiações por seus trabalhos.

Por fim, destacou as mulheres que decidiu homenagear. "Nem só de batalhas se faz a vida, mas também de glórias e felicidades. Homenageio porque vocês fazem deste estado um lugar melhor e porque são vocês que me fazem ter a certeza de que não caminho só. Ao longo da história, várias mulheres, seja por suas ideias ou suas atitudes, se opuseram às restrições impostas à condição feminina. Escritoras, professoras, políticas ou simples trabalhadoras foram capazes de inspirar importantes transformações que impactam na vida das mulheres de hoje”, finalizou.

Em nome das homenageadas, quem falou foi a primeira-dama do Estado, Gracinha Caiado, que disse compartilhar das mesmas preocupações esboçadas pelas deputadas que discursaram anteriormente, referindo-se a Lêda Borges (PSDB) e Delegada Adriana Accorsi (PT). “Quando Caiado ganhou as eleições, me questionei: como é que uma primeira-dama pode trabalhar para fazer o bem ao povo de Goiás sem distinção?", revelou. "Foi justamente no município de Cavalcante, onde Caiado não ganhou, que iniciamos nosso trabalho, pois é o município mais carente de Goiás”, citou.

Além disso, ela também destacou a situação difícil que as delegacias que atendem mulheres em Goiás estão enfrentando. “Quanto às delegacias, também fiquei muito preocupada e visitei algumas delas. Tomamos providências. Algumas delegacias já estão sendo reformadas para que essas mulheres sejam recebidas com qualidade”.

Com informações e fotos da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás.

Fonte: Alego e Secom

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