Capa Parker

Palestra aborda cenário da comunicação científica

Em 23/11/18 14:34.

Diretor da plataforma de periódicos Scielo foi quem conduziu a discussão

Texto: Gustavo Motta

Fotos: Pedro Gabriel

Com objetivo de contribuir para o aprimoramento dos organizadores de portais e periódicos acadêmicos, as Prós-Reitorias de Pesquisa e Inovação (PRPI) e Pós-Graduação (PRPG), além do Sistema de Bibliotecas (Sibi) da Universidade Federal de Goiás (UFG), promoveram o IV Encontro de Editores Científicos. A programação da última quinta-feira (22) e dessa sexta (23), contou com palestras sobre temas importantes, como boas práticas para editores, classificações de periódicos, e o cenário da comunicação científica - esse último, ministrado pelo diretor da Rede Scientific Electronic Library Online (Scielo), Abel Laerte Packer, no primeiro dia do cronograma.

“Essa iniciativa é de extrema relevância para o crescimento dos editores, e se percebe um melhoramento nos periódicos da universidade, desde que se começou a realizar o encontro”, avaliou o convidado. Ademais, Abel Packer acredita que a possibilidade de se debater o cenário da comunicação para a difusão da ciência, como ocorrido no auditório da Escola de Veterinária e Zootecnia (EVZ/UFG), é de grande relevância para a tomada de conhecimento sobre o cotidiano dos editores, e para o recebimento de avaliações a respeito das atividades promovidas pelo Scielo.

Palestra

Abel Packer destacou o advento e a consolidação da internet como meio de comunicação, e como ferramenta para a divulgação científica. “As tecnologias e metodologias de pesquisa têm transformado progressivamente, de modo que todo o potencial oferecido pela web precisa ser aproveitado para a difusão de conhecimento”. Nesse sentido, o palestrante buscou tratar dos desafios que se apresentam para a transição dos periódicos e da comunicação científica para a chamada “ciência aberta”, que se trata de um modelo de prática científica, com base na disponibilização pública de pesquisas.

Portanto, a ciência aberta dialoga com a cultura digital e com o conceito de “interoperabilidade” que, basicamente, significa as condições e capacidades de um sistema para se comunicar com outro, do modo mais transparente possível. No que diz respeito aos desafios para que os periódicos alcancem a ciência aberta, Packer destacou pontos de relevância à discussão. Os servidores de pré-prints se destacam entre os elementos que aceleram a divulgação científica, ao permitir que o autor da pesquisa deposite o seu trabalho antes da avaliação pelos seus pares. “Isso permite aos trabalhos, serem avaliados e publicados, mesmo sem a aprovação”.

Parker respondendo

Abel Parker destacou a consolidação da internet como meio de comunicação e ferramenta para a divulgação científica

“Um dos pontos mais positivos dos pré-prints diz respeito à garantia de pioneirismo em descobertas científicas, pois a publicação é o que baliza a autoridade do pesquisador”. Outro elemento de mudança é a disponibilização dos dados utilizados e constatados na conclusão da pesquisa. “A expectativa é de que essas informações sejam publicadas em paralelo aos artigos em repositório  - então a pesquisa ocorre, não apenas em decorrência da narrativa apresentada pelo pesquisador, mas atrelada aos números, códigos e materiais que favoreceram a investigação e seus resultados”.

“O terceiro componente é a abertura do processo de revisão por pares, junto com os responsáveis pelas publicações”. Portanto, os autores e pesquisadores passam a se relacionar, diretamente, com os editores. Packer avalia que essas novidades trazem novos desafios, mas ainda apresentam oportunidades para os periódicos da UFG se atualizarem diante da tendência mundial que objetiva a eficácia de uma comunicação científica em consonância com o contexto de implementação e ocorrência da ciência aberta.

Encontro

Claudia Oliveira Bueno, coordenadora do Portal de Periódicos da UFG, destacou que a primeira edição do evento foi organizada em 2012, com a ideia de promover um encontro bienal. “No entanto, o desenvolvimento da comunicação científica tem ocorrido de modo muito intenso e acelerado - de modo que as revistas se aprimoram muito a cada ano - e, por isso, decidimos repetir a experiência anualmente”. A responsável pelo portal afirma que a iniciativa “contribui com a profissionalização dos editores, o que favorece a visibilidade do que se produz de conhecimento na academia”.

O Encontro de Editores Científicos visa contribuir para o crescimento e atualização dos editores e suas equipes no processo de comunicação científica e apresentar os novos métodos de mediação da produção científica, com vistas às constantes mudanças apresentadas pela comunidade científica internacional para as publicações. “Temos trabalhado com a internacionalização das revistas, pois elas não podem conter pesquisas que atendem apenas a interesses da localidade - nesse sentido estamos aprimorando a qualidade das nossas publicações”, concluiu.

Claudia Bueno

Claudia Bueno: "desenvolvimento da comunicação científica tem ocorrido de modo muito acelerado"

Rede

O Scielo é uma biblioteca eletrônica, que abrange uma coleção de periódicos nacionais. A iniciativa foi desempenhada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme). Com objetivo de desenvolver uma metodologia comum que vise a preparação, o armazenamento, a disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico, a rede conta com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“A nossa função principal é contribuir para o aperfeiçoamento dos periódicos e acompanhar o contexto internacional de publicações científicas, levando em conta as nossas condições de infraestrutura e prioridades de pesquisa”, afirmou o diretor. Packer ainda sintetizou que o Scielo tem buscado situar o fluxo da produção nacional de conhecimentos no contexto internacional, sem perder as prioridades e necessidades brasileiras.

Fonte: Secom/UFG

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