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Pesquisa da UFG explica porque as pessoas ainda leem impresso

Em 02/06/17 13:09.

Estudo comparou ato de ler notícias na internet e no papel e concluiu que jornais impressos são mais atrativos e possuem maior credibilidade

Texto: Angélica Queiroz

Os jornais online substituirão os impressos? O questionamento frequente foi tema de uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) que analisou as diferenças entre ler notícias na internet e no papel. O estudo concluiu que os jornais impressos são estruturados e utilizados de um modo que os leitores se sentem atraídos a ler histórias sobre as quais eles não se interessam de antemão. Além disso, a maioria dos entrevistados na pesquisa creditou à mídia impressa maior veracidade das informações do que quando transmitidas por meios eletrônicos.

Realizado pela professora da Faculdade de Comunicação e Informação da UFG, Simone Tuzzo, o estudo resultou no livro Os Sentidos do Impresso. Segundo a pesquisa, o elo estabelecido entre leitores e jornal firma-se muito na relação sensorial e na forma com que o veículo se apresenta. Nesse sentido, para a docente, ainda que as notícias sejam disponibilizadas gratuitamente nas redes sociais, o laço cativo com o impresso se mantém e atravessa gerações. Ela acredita que os veículos impressos devem continuar tendo seu espaço, mas por uma ótica mais crítica.

“Os leitores que preferem o impresso gostam do cheiro da tinta, do som de virar as páginas, da textura do papel e da calma que traz a leitura do formato do jornal, sendo também um prazer para a visão. Além disso, não são poucos os que citam o prazer associado a um café. Isso é muito interessante, pois a leitura do jornal passou a aguçar os cinco sentidos, ou seja, a princípio já estimulava a visão, o tato, a audição e o olfato, mas como o paladar não estava presente, o café completa o processo”, explicou em a professora, em trecho do livro.

Perspectivas

Simone Tuzzo destaca ainda que o questionamento sobre o fim do impresso remete aos velhos discursos sobre o desaparecimento do rádio quando da chegada da televisão. “Por que alguém iria querer continuar a utilizar um veículo que só emitia som, se com a TV todos poderiam ter som e imagem? Ainda assim, o rádio está conosco até os dias atuais sem o menor sinal de que desaparecerá, isso porque soube se reinventar, se adequar às novas realidades”, exemplifica. Para ela, a cada nova mídia, as anteriores fazem suas adequações e não necessariamente desaparecem.  “O futuro do jornal impresso depende do que nós e do que as novas gerações fizerem dele. O seu futuro, o seu destino está em nossas mãos!”, afirmou.

Fonte: Ascom UFG

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