cerveja restos

Resíduos da indústria de cerveja ganham nova destinação

Em 17/05/17 14:11.
Estudo da UFG avaliou viabilidade da adição do bagaço do malte em rações para tilápias

Texto: Camila Godoy

Em tempos de crise, pode-se dizer que, pelo menos, um setor tem crescido no Brasil: o da indústria cervejeira. Com 13 bilhões de litros produzidos anualmente, o país já é o terceiro maior produtor desse tipo de bebida, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja. No entanto, se o avanço é motivo de comemoração para a economia, para o meio ambiente, os resíduos resultantes desse processo é algo preocupante. Pensando nisso, a Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu uma pesquisa que busca novos destinos para esse material. A inclusão na alimentação de peixes tem sido uma boa saída.

O projeto, coordenado pelo professor da Escola de Agronomia, Francielo Vendruscolo, aproveitou, no preparo de rações para tilápias, o principal resíduo sólido do processo de produção de cervejas: o bagaço do malte. Rico em celulose, mas com baixo conteúdo proteico, até então esse material era destinado apenas para a alimentação de ruminantes ou para a compostagem. No entanto, os pesquisadores encontraram uma forma de aumentar o valor nutricional do resíduo ao adicionar micro-organismos com capacidade de converter carboidratos em proteínas com alto valor biológico, semelhantes às da carne e do ovo.

Em seguida, a equipe de estudiosos incorporou o material fermentado a diferentes rações. Elas então foram testadas como alimento para os peixes e os animais foram monitorados quanto ao tamanho, peso, características do sangue, composição da carcaça e gorduras viscerais. Ao final, comprovou-se que a inclusão do bagaço do malte fermentado na ração é viável e que com isso as tilápias mantém normalizados seu crescimento e estrutura.

Projeto

Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto de pesquisa foi desenvolvido também em parceria com a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus Ilha Solteira.

Fonte: Ascom UFG

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