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Palestra relaciona formações geológicas e preservação natural

Em 22/03/17 16:52.

Evento teve como objetivo promover discussões sobre o conhecimento de temas na área de Geologia e conservação de patrimônio geológicos

Texto: Luciana Gomides

Fotos: Adriana Silva

A Universidade Federal de Goiás (UFG) sediou, nos dias 21 e 22 de março, o I Simpósio de Geodiversidade e Geoconservação de Estado de Goiás. As atividades se desenrolaram no Auditório do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa), no Campus Samambaia, e tiveram como encerramento a palestra ministrada pelo professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Marcos Antônio Leite do Nascimento, com o tema “Patrimônio Geológico, Geoconservação e a criação de Geoparques”.

CAPA IESA

Palestra encerra I Simpósio de Geodiversidade e Geoconservação do Estado de Goiás

O professor iniciou sua palestra destacando o prazer em popularizar o tema da geodiversidade devido à sua presença no cotidiano da comunidade e consequente importância na conservação da natureza. O conceito faz parte do que o docente chama de 4 G's, ou seja, quatro definições obrigatórias para quem atua na área, sendo eles geodiversidade, patrimônio geológico, geoconservação e geoturismo. Marcos explicou que a geodiversidade tem estreita relação com a biodiversidade, a partir do momento em que a preservação natural não se faz sem o entendimento das formações geológicas.

IESA I

Professor Marcos Antônio Leite do Nascimento, da UFRN

O termo, segundo o professor, foi introduzido por Federico Alberto Daus, que o define como a “variedade de ambientes, fenômenos e processos ativos de caráter geológico, geradores de paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que constituem a base para a vida na Terra”. Marcos o comparou com “o palco na qual atuam todas as formas de vida”. Para ele, sua importância está em levar o conhecimento e entendimento de forma inteligível a quem não trabalha ou realiza estudos geográficos.

O tema está presente em todas as situações cotidianas, sendo o elo entre pessoas, paisagens e sua cultura, através da interação com a biodiversidade. “Daí, a importância em trazer as pessoas para esse meio”, reforçou o docente, completando que o seu reconhecimento é indispensável para o desenvolvimento sustentável. “Se queremos trabalhar a conservação da natureza, é necessário dar importância ao assunto”. Destrinchando os valores dados à geodiversidade, Marcos demonstrou sua aplicação em áreas como o turismo, por exemplo no processo de formação de cachoeiras, influência da geologia no controle de inundações e, até mesmo, na sua utilização em práticas forenses, como a descobertas de cadáveres soterrados.

No que toca aos patrimônios geológicos, ou geosítios, o palestrante citou ameaças existentes, tais como a exploração dos recursos geológicos, desenvolvimento de obras e estruturas, atividades militares, turísticas ou recreativas, além da coleta indiscriminada de amostras para fins não científicos. Por essa razão, são traçadas estratégias de geoconservação, constituídas pelas etapas de inventariação (levantamento de dados), avaliação quantitativa, formas de proteção legal, conservação (gestão), valorização, divulgação e monitoramento. 

Por fim, Marcos discorreu sobre a criação dos geoparques, áreas protegidas que têm como elemento principal o seu patrimônio geológico. Deve-se a iniciativa da Unesco para sua criação, em razão da demanda expressa por vários países no sentido de incrementar o valor do patrimônio da Terra, incluindo formações geológicas e paisagens. Como exemplo no Brasil, o professor citou o Geoparque Araripe, situado no sul do Estado do Ceará. No entanto, o docente esclareceu que a criação de um geoparque só é possível mediante o conhecimento e aplicação dos 4 G's, além do envolvimento da comunidade onde estará inserido.

Portanto, para ele, não é suficiente tomar pontos isolados, como monumentos geológicos, e torná-los geoparques ou, muito menos, confundi-los com parques temáticos. “Os geoparques envolvem pessoas, tendo a ver com educação ambiental e desenvolvimento sustentável”, reforçou o palestrante, explicando que se tratam de projetos de desenvolvimento regional e visão conservacionista, sustentados em três pilares: conservação, educação e geoturismo.

IESA II

Palestra reuniu estudantes e pesquisadores da área

O Simpósio 

O I Simpósio de Geodiversidade e Geoconservação do Estado de Goiás teve como objetivo promover discussões sobre o conhecimento do Patrimônio Geológico, Geomorfológico e Paleontológico do Estado, bem como de áreas de interesse nessa temática. Na programação, foram executadas conferências, mesas-redondas e apresentação de trabalhos, contando com a participação de conferencistas da UFG e instituições de outros estados.

Fonte: Ascom UFG

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