XI Semana Científica FEFD

Faculdade de Educação Física e Dança promove semana científica

Em 20/10/16 15:59.

Evento discute saúde e corpo na formação e interdisciplinariedade dos cursos

Texto: Camila Godoy

Fotos: Ana Fortunato

Depois de seis anos, a tradicional Semana Científica da Faculdade de Educação Física e Dança da UFG (FEFD) voltou. Com o tema Corpo, Movimento e Saúde: formação e interdisciplinaridade, a 11º edição do evento começou na manhã desta quinta-feira (20/10), reunindo diversos estudantes no auditório da unidade. Na ocasião, a professora do Instituto Federal de Goiás (IFG), Patrícia Santiago, e o professor da UFG, Francisco Luiz de Marchi Netto, debateram sobre como a Educação Física trabalha a  saúde nas escolas. Outras discussões estão programadas para ocorrerem até a tarde de sexta-feira (21), trazendo perspectivas de diferentes profissionais.

O diretor da FEFD, Ari Lazzarotti, recebeu os estudantes e deu início às atividades do evento. Segundo ele, o retorno da semana científica era uma proposta almejada pela comunidade acadêmica que vê neste momento a possibilidade de entrar em contato com a diversidade da instituição, discutindo aspectos da formação tanto na Licenciatura e Bacharelado em Educação Física, quanto na Dança. “É cada vez mais difícil unir todos os cursos, sempre tem muita coisa acontecendo. Inclusive estamos pensando em direcionar os próximos eventos para os laboratórios da Faculdade”, afirmou.

 XI Semana Científica FEFD

Retorno do evento busca a troca de experiência na FEFD

O coordenador do bacharelado em Educação Física da UFG, Ricardo Lira, foi quem apresentou os palestrantes. Ele também falou sobre a programação e destacou a importância do tema. “A saúde perpassa toda a sociedade. No entanto, cada vez mais vemos a Educação Física se afastando desse eixo. Infelizmente ela não está inserida na Saúde Pública”, avaliou. Aprofundando essa questão, Patrícia Santiago apresentou duas perspectivas teóricas sobre como a Educação Física, enquanto organização curricular, trabalha a temática nas escolas.

“Há os teóricos da linha Saúde Renovada que vê nessa disciplina uma forma de estimular os alunos a terem uma vida saudável, com a prática regular de exercícios, uma alimentação balanceada e tempo para relaxar, evitando assim o desenvolvimento de fatores de risco de doenças crônicas. Mas, há também os da perspectiva da Escada da aptidão para toda a vida, que enxerga na Educação Física a forma do estudante conhecer diferentes práticas, reconhecer a que ele está mais apto para desenvolver e elaborar seu próprio programa de exercícios”, explicou. No entanto, para ela, essas duas formas são reducionistas, não estimulando a crítica, a reivindicação e a autonomia dos indivíduos.

XI Semana Científica FEFD

Patrícia Santiago defende o caráter crítico da Educação Física

A professora também apresentou a realidade vivenciada no Câmpus Anápolis do IFG, onde ela leciona em turmas de Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A palestrante explicou que, em sua instituição, a Educação Física é trabalhada de forma transversal, passando por todas as outras disciplinas, podendo também estar articulada a projetos de iniciação científica. Patrícia Santiago defendeu o formato e aproveitou para falar sobre a atual situação política dos institutos federais: “São escolas que dão certo, que sempre se destacaram mas que, neste ano, foram excluídas pelo governo do ranking do Exame Nacional do Ensino Médio. Além disso, o Congresso Nacional está tramitando a PEC 241 e a 746. Propostas essas que ameaçam a continuidade do ensino público”.

Em seguida, o professor Francisco Luiz de Marchi Netto apresentou fatos históricos e legislativos que regulamentaram a forma como as escolas trabalham a saúde, em especial, a Educação Física. Segundo ele, as primeiras leis que tratavam da educação brasileira regular colocavam a Educação Física como uma prática e não uma disciplina. “Com o passar dos anos diversos decretos introduziram a Educação Física nos currículos, às vezes colocando-a como obrigatória, outras não, dependendo da intencionalidade dos governos. O fato é que há muito tempo vem se arrastando a perspectiva dessa ciência como um meio de formar jovens atléticos. Um discurso reforçado pela mídia”, afirmou.

XI Semana Científica FEFD

 Francisco Luiz de Marchi Netto apresentou um apanhado histórico sobre o ensino da Educação Física no Brasil

 

Fonte: Ascom UFG

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