Roda de conversa

Exposição no Museu Antropológico promove oficinas para a comunidade

Em 21/07/16 20:51.

Evento discute temáticas referentes à mulher na sociedade

Texto: Júlia Pontes

Fotos: Carlos Siqueira

A objetificação da mulher foi tema central na roda de conversa que aconteceu na tarde desta quinta-feira (21/7) no Museu Antropológico da UFG. A discussão faz parte de uma oficina realizada pela exposição Mulheres no Sertão Goiano, fruto do trabalho de alunos da disciplina Comunicação Patrimonial, ministrada pelo professor Tony Boitado do curso de Museologia da UFG.

“O objetivo dessa exposição é tratar do cotidiano da mulher desde os primórdios, até os dias de hoje, com foco em Goiás”, afirmou Fernando Keller, aluno da disciplina. Para dar vida ao assunto, os alunos expuseram temas como mulheres escritores e educadoras, mulheres curandeiras, trabalho da mulher, mulheres no artesanato e violência física e moral contra a mulher.

Além de vários materiais e artefatos à mostra – que foram todos disponibilizados pelos alunos de Museologia – a exposição contou com a apresentação de vídeos que tratam sobre a violência e a objetificação da mulher, e balões que continham depoimentos de mulheres que sofreram algum tipo de violência.

Exposição

Exposição retrata a violência moral e física da mulher

O trabalho está exposto desde o dia 6 de julho, mas as oficinas começaram apenas nessa semana com o intuito de atrair o público e provocar reflexões. A roda de conversa da tarde desta quinta-feira teve a presença da pró-reitora de Extensão e Cultura da UFG, Giselle Ottoni, da professora da Faculdade de Ciências Sociais (FCS), Maria Luiza Rodrigues, de alunos de vários cursos da UFG e da comunidade, que foi convidada a participar em evento do Facebook.

No início do debate todos se apresentaram e colocaram suas vivências e expectativas em relação ao tema. A naturalização do desrespeito, o silenciamento e o medo em relação ao machismo foram destaques durante a discussão. “O machismo começa na linguagem e o mundo nos é dado, em um primeiro momento, pela linguagem”, introduziu Maria Luiza. A professora afirmou que, a partir do momento em que nos referimos ao todo no masculino, já é o início do machismo. Ela complementou sua fala dizendo que tomar consciência dos nossos próprios preconceitos é o primeiro passo para acabar com essas ideologias, porque tudo começa em nós mesmos.

A roda de conversa teve sequência de forma interativa e dinâmica: todos caminharam pela exposição enquanto discutiam a mulher, sua desvalorização e a sua conquista perante cada temática. Aluna do curso de Agroindústria do Instituto Federal de Goiás (IFG), que prefere não se identificar, ficou sabendo do evento e compareceu no local. “A nossa sociedade é muito machista”, afirmou. Para ela é importante que discussões assim sejam realizadas e ouvidas principalmente pelos homens.

Interação

Papel da mulher é discutido durante tour pela exposição

Até o dia 29 de julho a exposição ainda estará no Museu Antropológico da UFG e a programação de oficinas continua acontecendo. Na sexta (22/7) a roda de conversa será sobre tráfico de mulheres e vai começar às 16h. Na próxima terça (26/7), às 17h, a discussão será “Mães na UFG”.