livro ditadura

Livro sobre ditadura militar em Goiás é lançado pelo Cegraf

Em 01/04/16 09:51.

Impressão, em capa dura e miolo costurado, é fruto de pesquisa coordenada pela Anigo

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Victor Martins

 

O dia 31 de março de 2016 foi um dia histórico para Goiás. Foi lançado, no Centro Cultural UFG, o livro Arquivos Revelados: a ditadura militar em Goiás, parceria entre a Associação dos Anistiados de Goiás (Anigo) e o Centro Editorial e Gráfico (Cegraf) da UFG. Editorado e impresso no Cegraf, o livro é fruto de uma pesquisa coordenada pela Anigo e reúne, em dois volumes, documentos que retratam o período da ditadura militar em Goiás. 

O coral do Cegraf  “Orfeão da Imprensa Universitária”, abriu a cerimônia de lançamento. O diretor do Cegraf, professor Antón Corbacho Quintela, afirmou ter sido uma honra para o órgão confeccionar uma obra tão relevante como esta. “Este livro reúne, pela primeira vez, documentos fundamentais para compreender o que foi a ditadura em Goiás”.  

O artista gráfico do Cegraf, Paulo César e Silva explicou o processo de composição da obra, em capa dura, miolo costurado e tiragem de 500 cópias. Segundo ele, esse formato de livro foi um desafio para o Cegraf, pois o trabalho precisou ser totalmente artesanal, utilizando uma máquina bastante antiga. Paulo César e Silva ressaltou ainda que a qualidade desse trabalho feito pelo Cegraf demonstra que uma gráfica pública pode ser produtiva e rentável. “Basta de privatizações. Viva a República!”, bradou.

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Artista gráfico do Cegraf explicou desafios do processo artesanal de composição da obra

Presidente da Anigo, Marcantônio Della Corte explicou que a ideia surgiu a mais de dois anos e lembrou  as dificuldades do trabalho de pesquisa e transcrição. Marcantônio Della Corte comentou também o porquê da escolha do formato. “Esse livro tem que resistir ao manuseio porque foi concebido para ser levado às universidades para democratizar esses documentos sobre o golpe em Goiás, um dos estados que mais sofreu com a repressão na ditadura. A memória das prisões e torturas ainda é cristalina, como se fosse ontem”, afirmou. O presidente da Anigo ressaltou ainda que a intenção do livro é mostrar um passado de extremo sofrimento, especialmente para a militância, e ser um instrumento contra a ditadura.

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Presidente da Anigo afirmou que parceria com a UFG dá credibilidade a livro documental

Reitor da UFG, Orlando Amaral, comentou que o projeto o cativou desde o início porque sabia que o livro viria para preencher uma lacuna de informações no estado, agradecendo a confiança da Anigo na UFG. “Trazemos marcas daquilo que foi o período da ditadura no Brasil. Período que não queremos ver novamente e que não pode ser esquecido porque não pode ser repetido”, lembrou. O reitor lembrou que a democracia no Brasil ainda é muito frágil e que ainda há um longo caminho a percorrer.

“Já avançamos muito graças, mas ainda há um caminho longo a percorrer para que a UFG tenha a cara do Brasil e para construirmos um país mais justo, inclusivo e igualitário”, afirmou Orlando Amaral. Para ele, o livro é uma alerta a todos de que decisões erradas tem um preço. “Esse material vai servir como base de estudos e para que conheçamos melhor as pessoas que lutaram pela democracia, para entendermos o dever que temos de cuidar dela”, concluiu.

Ao final do evento, os presentes foram convidados para coquetel e sessão de autógrafos. A Anigo pretende doar exemplares à instituições. O material não está sendo comercializado pelo Cegraf. Quem se interessar pode fazer uma solicitação à Anigo pelo e-mail: anistia.goias@terra.com.br.

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Coral do Cegraf convidou interessados da comunidade a participar do grupo

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Foram impressos 500 exemplares do livro, em capa dura e miolo costurado

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Cegraf