Seminario UFGInclui

Assistência estudantil é pauta prioritária em Seminário de Avaliação do UFGInclui

Em 10/12/15 17:24.

O encontro, que avaliou o UFGInclui, reuniu alunos indígenas, quilombolas e surdos que compartilharam experiências e dificuldades vividas na Universidade

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Camila Caetano

Com o objetivo de avaliar o Programa UFGInclui, professores, pesquisadores, estudantes, membros comunitários e demais interessados no acesso e permanência de indígenas, quilombolas e surdos na UFG participaram, durante esta quinta-feira (10/12) de seminário de avaliação que tratou de questões como moradia, bolsas e família, tendo a permanência como assunto prioritário. Estudantes contemplados pelo Programa UFGInclui estiveram presentes durante toda a discussão e relataram suas experiências, além de expor as principais dificuldades vividas dentro da Universidade, ressaltando suas principais demandas e ações que o Programa precisa estudar maneiras de contemplar.

Durante a abertura, a estudante quilombola, Vercilene Dias, destacou a importância de o UFGInclui englobar também outros povos, como a população cigana. Segundo ela, o Programa já teve muitos avanços, mas ainda tem muitos problemas, sendo o principal deles, a assistência estudantil e sua relação com a permanência. A estudante sugeriu que servidores e professores recebam treinamento para lidar com esses discentes e que a Coordenação de Inclusão e Permanência/Prograd continue trabalhando para dar visibilidade aos grupos contemplados. “Gostaria que todos soubessem que nós estamos aqui na Universidade”, afirmou.

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Representantes da UFG e dos alunos participaram de debate sobre avanços e desafios do Programa

Representando os estudantes indígenas, a mestranda em Artes Visuais, Mirna Marinho, ficou emocionada ao contar sobre sua trajetória como primeira indígena a ingressar na UFG. “É muito importante entrar nesta conversa e contar como foi chegar até aqui e como podemos continuar nessa luta e ocupar nosso espaço dentro da Universidade”, relatou.  Para ela a principal discussão é também a permanência e como fazer para que os alunos não tenham vontade de ir embora, como ela teve em vários momentos. “Quero saber de que forma essa inclusão vai acontecer de fato”, questionou.

O discente surdo Joel Sacramento, do curso de Letras-Libras relatou as principais dificuldades vividas pelos estudantes surdos, como a falta de intérpretes e de materiais adaptados em libras, a limitação de poder fazer apenas um curso, além do despreparo dos funcionários que, segundo ele, não sabem o básico da língua de sinais, dificultando a comunicação. “O surdo ainda encontra diversas barreiras, mas queremos quebrá-las e seguir adiante”, pontuou.

Pró-reitor de Graduação da UFG, Luiz Mello, ressaltou a importância de saber como esses alunos estão recebendo o Programa e quais as principais dificuldades vividas por eles. “As conversas são sempre fundamentais para tentar achar caminhos e criar diretrizes para as principais necessidades”, afirmou. Luiz Mello lembrou a pluraridade da Universidade e as especificidades de cada estudante, ao falar da impossibilidade de atender a todas as demandas. “Espero que a gente consiga construir um clima de muita parceria e reciprocidade porque estamos todos do mesmo lado”, defendeu.

Vice-reitor da UFG, Manoel Chaves, reafirmou o compromisso da equipe com as pautas do UFGInclui e lembrou avanços significativos da universidade, como a criação das cotas na pós-graduação. Para ele a assistência estudantil ainda é um grande desafio porque é preciso vencer barreiras burocráticas. “Nossa grande luta, infelizmente, é para que a gente não tenha retrocessos. Precisamos pensar nisto coletivamente para que tenhamos uma universidade cada vez mais diversa”, destacou.

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 Estudantes expuseram as principais demandas de seus grupos  

Trajetórias do UFGInclui

Após a abertura, em mesa-redonda, a Assessora da Reitoria, Sandramara Matias Chaves, contou um pouco da trajetória do Programa, que deu seus primeiros passos quando ela era Pró-reitora de Graduação. “Enfrentamos muitos desafios internos e externos”, lembrou. Segundo ela, o Programa foi construído com muita dificuldade e cada gestão, com seus limites, tem contribuído para avanços. Para ela, a criação da Coordenação de Ações Afirmativas e da Coordenação de Inclusão e permanência são exemplos de conquistas em um caminho necessário para intervir e garantir ações para promover a permanência.

Coordenador de Inclusão e Permanência, Jean Baptista, falou dos programas de acompanhamento, das rodas de conversa, dos núcleos livres, das tutorias e mentorias e da realização de eventos, viagens e campanhas, entre outros, visando garantir a inclusão e permanência desses alunos na UFG. Segundo ele, desde as primeiras conversas, os alunos sinalizaram uma sensação de não lugar. Por isso, destacou a criação do Espaço de Convivência para esses estudantes, no segundo andar do Centro de Convivência da UFG. “Essa foi uma grande conquista porque esses alunos podem se sentir em casa lá”, relatou. Jean Baptista também destacou os projetos da UFG nas comunidades e nas escolas. “A chave para incrementar a inclusão é se conectar com as comunidades”, afirmou.

Coordenadora da Comissão do UFGInclui, Renata Lima também destacou a permanência, não só com assistência estudantil, mas também focando na questão acadêmica. Para ela, é preciso entender como a UFG recebe esse estudante e como os cursos podem se flexibilizar para atender às necessidades especificas desses grupos. Ela também lembrou os avanços e se disse orgulhosa de participar desse momento. “A gente está participando de algo muito impressionante que é ajudar a inventar o Brasil que nós queremos”, concluiu.

Após a mesa-redonda, estudantes quilombolas e indígenas fizeram apresentações culturais, envolvendo toda a comunidade acadêmica presente no Seminário. Durante a tarde, roda de conversa com estudantes indígenas, quilombolas e surdos, discutiu os avanços e desafios do Programa.

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Indígenas de várias tribos participaram, juntos, de apresentação cultural 

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Assistência estudantil, inclusão e permanência em uma universidade plural são os principais objetivos do UFGInclui

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Fonte: Ascom UFG

Categorias: UFG Inclui Prograd