Encontro pela Equidade Racial

Mesa-redonda aborda racismo nas instituições de ensino superior

Em 20/11/15 16:43.

Comunidade acadêmica discutiu a opressão nas universidades federais durante o Encontro pela Equidade Racial

Texto: Silvânia Lima

Foto: Luiz da Luz

 

Uma educação antirracista, intersetorial, pelo seu caráter transversal, e que respeite as singularidades étnico-raciais. Os termos são encontrados na legislação, em livros e textos oficiais e outros. Mas, como está na prática o tratamento dos negros nas instituições de ensino, particularmente nas universidades públicas, que formam boa parte dos profissionais atuantes no mercado de trabalho? O tema “Racismo nas Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes): uma reflexão necessária” foi debatido na manhã desta quinta-feira, 19, no Encontro pela Equidade Social, uma realização conjunta Coordenadoria de Ações Afirmativas (CAAF/UFG), Adufg, Sint-Ifesgo e ONG Dandara.

“A universidade está mais colorida”, disse Michele Coutinho, servidora técnico-administrativo e estudante, ao comparar a UFG de dez anos atrás com a de hoje. Para ela, a militância contribuiu para a implantação das cotas na graduação e na pós-graduação e do nome social. Outro servidor e doutorando, Juvan Pereira da Silva, destacou a criação da disciplina “História da África e o Ensino de Química”, sob a coordenação da professora Anna Maria Canavarro Benite, ofertada neste semestre pelo Instituto de Química da UFG, como núcleo livre. “Precisamos ter outras perspectivas na universidade”, ressaltou ele ao informar que a disciplina discute a ciência a partir da diáspora africana.

Watusi Santiago, Superintendente de Promoção da Igualdade Racial (Suppir Goiânia), ressaltou a importância do meio ambiente em que vivemos como algo de define nossa sobrevivência e que, contrariando a lógica capitalista, “os valores africanos estão nas pessoas, como um sistema de organização do povo”. Segundo ela, a universidade é a reprodução da sociedade, portanto, o racismo também está presente dentro dela.

A discussão caminhou para a necessidade de um amplo debate nas Ifes. Fátima dos Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da Ifes de Goiás (Sint-Ifesgo) disse que, sem dúvida, as diversas formas de discriminação estão presentes nas universidades e que o tema assédio moral foi pauta da última greve da categoria. Ela informou que o governo acatou a realização de seminários – previsão para abril de 2016 – para discutir o assédio moral e outras de opressão praticadas nas instituições federais de ensino superior. O Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DDRH/UFG) foi lembrado pela presidente do Sint-Ifes, como um órgão que tem se mostrado mais participativo e comprometido nas ações de interesse da categoria.

Racismo nas Ifes

Discussão sobre racismo integrou atividades do Encontro pela Equidade Social

Fonte: Ascom/UFG

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