crotalárias

Plantas reduzem pragas e uso de herbicida em plantações

Em 05/10/15 14:25.

Pesquisas da UFG propõem soluções sustentáveis para manejo de plantas daninhas em Sistema de Plantio Direto

Para pensar no manejo sustentável da produção agrícola, pesquisas realizadas pela equipe do Laboratório de Plantas Daninhas (LPD) da Regional Jataí da UFG têm investigado espécies de plantas de cobertura que possam minimizar o impacto ocasionado pela disseminação de plantas daninhas resistentes nas culturas de oleaginosas e de cereais. Pesquisadores buscam ainda identificar espécies que se encaixem em programas de rotação de cultura. As pesquisas foram feitas em culturas no sudoeste goiano de soja em primeira safra, na época da primavera e verão, e de milho em segunda safra, durante o outono e inverno.

O Brasil é líder mundial no uso do Sistema de Plantio Direto, uma das alternativas para agricultores no manejo do solo que visa à redução dos impactos da agricultura, como os processos erosivos e compactação do solo, além de contribuir para a melhoria da fertilidade do solo. O sistema consiste na gestão da terra pela rotação de culturas e aproveitamento de plantas e de resíduos vegetais de outras safras, a chamada palhada, a qual favorece a cobertura permanente do solo e auxilia na supressão de pragas, como plantas daninhas, que podem se alastrar nas culturas.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Paulo César Timossi, o uso de herbicidas pode ser reduzido no controle de plantas daninhas com outras alternativas, tendo em vista que certas espécies têm se tornado resistentes à adoção de produtos químicos. “Devido ao uso incorreto de tecnologias e excesso de uso do herbicida glyphosate, tem ocorrido a seleção de espécies de plantas daninhas tolerantes à molécula, o que tem levado alguns agricultores a retornar para o sistema convencional de cultivo por não conseguirem controlá-las quimicamente”, alerta o pesquisador, que acredita ser um retrocesso para a agricultura.

Atualmente, o Sistema de Plantio Direto no Cerrado tem se sustentado a partir do uso do herbicida glyphosate para o controle das plantas daninhas, ferramenta que, no entanto, durante o processo de pré-semeadura, não tem sido eficiente na redução da incidência de plantas daninhas como a buva (Conyza sp.), o capim-amargoso (Digitaria insularis), a erva-quente (Spermacoce latifolia) e a trapoeraba (Commelina benghalensis).

Entretanto, espécies de plantas de cobertura como a braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) e as crotalárias (Crotalaria junceae e Crotalaria ochroleuca), utilizadas na formação da palha e rotação para o plantio direto, têm apresentado bons resultados para reverter o problema. “O cultivo de crotalárias e braquiárias, isoladas ou em cultivo simultâneo ao milho, tem se destacado no manejo das plantas daninhas, diminuindo-as em quase a sua totalidade em áreas com altas infestações”, salienta o pesquisador. Além das plantas de cobertura, o pesquisador enfatiza que a rotação de culturas também tem se destacado como prática para diminuição do uso de herbicidas, sem, no entanto, diminuir a produtividade de grãos das culturas.

 

Fonte: Ascom UFG

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