educação criativa

Educação criativa é tema de mesa-redonda

Em 04/09/15 11:42.

Professores do Brasil e da Espanha debateram formas de educação mais eficientes que a tradicional 

Texto: Italo Wolff

Fotos: Camila Caetano

Participantes do VII Fórum Internacional de Inovação e Criatividade (Increa) e do II Seminário da Rede Internacional de Escolas Criativas (Riec) puderam ouvir, na manhã desta sexta-feira (4/9), relatos com experiências docentes com ensino criativo no Brasil e na Europa, durante mesa-redonda intitulada “Reflexão sobre outra educação possível”. Com o objetivo de divulgar, discutir e incentivar a aplicação da educação criativa, em contraposição ao ensino tradicional, a atividade contou com três participantes: os professores Nuria Lorenzo Ramirez e Saturnino de La Torre, da Universidade de Barcelona, e Marlene Zwierewicz, do Centro Universitário Barriga Verde (Unibave).

Marlene Zwierewicz foi a primeira a fazer sua exposição: um histórico da aplicação das escolas criativas em Santa Catarina, as metodologias utilizadas e as implicações dessa mudança. Segundo a professora, uma visita do professor Saturnino de La Torre à Unibave, em 2004, iniciou a aproximação das escolas brasileiras à escola criativa. Quanto à metodologia, a professora declarou que ela consiste em “superar as práticas dos cativeiros disciplinares e formar pessoas com a capacidade de intervir e transformar”. Além da interdisciplinaridade, ela afirmou ser importante o uso de espaços e instrumentos alternativos, e exemplificou: “alunos de engenharia podem aprender com um ferreiro”.

Em seguida Nuria Lorenzo Ramirez ponderou sobre a necessidade de se aplicar um novo modelo de ensino. Com base nos altos índices de fracasso escolar do Brasil e Espanha (lá 28% dos alunos não terminam os estudos, enquanto a média da União Europeia é de 14%) e no fato de que novas tecnologias alteram a forma com que o aluno se relaciona com o mundo, a professora afirmou que a educação criativa é uma alternativa. A professora utilizou como exemplos o crowdsourcing (educação em massa através da internet, como vídeos educativos) e a aprendizagem por serviço (alunos que aprendem realizando serviços comunitários junto a um professor). Por fim, Nuria Ramirez afirmou que a formação dos professores já está se modificando. Segundo ela, no passado, todos os centros de apoio a professores na Espanha se concentravam em conteúdo curricular, mas ultimamente têm surgido a preocupação com a saúde do professor e com sua individualidade. 

mesa-redonda RIEC INCREA

Professores relataram suas experiências com ensino criativo

Por último, o professor Saturnino de La Torre, coordenador geral do Seminário da Rede Internacional de Escolas Criativas (Riec), explicou como funciona a rede e apontou exemplos de seu sucesso. “Nossa rede é formada por pessoas e instituições que se preocupam com o fato de a educação ser baseada em rendimento acadêmico. Nós pensamos na parte humana a partir da criatividade e valores sociais,” afirmou. De acordo com o professor, a Riec é uma rede colaborativa e aberta a educadores, escola, núcleos teóricos e secretarias de educação com o objetivo de difundir experiências, reconhecer iniciativas e investigar processos de transformação através da orientação de educadores. Ao final da mesa-redonda, questionando se a crise global e a falta de recursos seriam um problema para a educação criativa, o professor provocou: “historicamente, as crises aumentam a criatividade humana”.

O VII Increa e II Riec está sendo realizado na UFG pelo Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae) entre os dias 3 e 5 de setembro.

Fonte: Ascom UFG

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