Pesquisa sobre idosos

Atividades coletivas diminuem isolamento social de idosos

Em 17/08/15 15:20.

Pesquisa da UFG observa que pessoas com mais de 60 anos que participam de grupos têm mais qualidade de vida

Uma pesquisa da Faculdade de Enfermagem da UFG revelou que muitos aspectos relacionados à qualidade de vida foram avaliados positivamente por idosos que participam de grupos, especialmente aqueles relativos ao convívio social e ao enfrentamento de situações difíceis.

O estudo, iniciado em 2011, foi desenvolvido com dois grupos. Um da Unidade Básica de Saúde da Vila Pedroso, que se reúne com frequência semanal para falar de assuntos relacionados a promoção da saúde e prevenção de doenças, mas também para realizar atividades físicas, trabalhos manuais e passeios. Já o outro grupo foi constituído por idosos usuários da mesma unidade de saúde, mas que não participavam das atividades grupais.

“Observamos que participar do grupo melhora a qualidade de vida desses idosos em muitos aspectos, especialmente no domínio social, que é a capacidade de se relacionar com outras pessoas”, revelou Lizete Malagoni Oliveira, coordenadora do estudo. De acordo com a professora, a maioria dos idosos sofre muito com o isolamento social e, no grupo, eles se sentem acolhidos e integrantes de um todo.

Para Oliveira, outro ponto importante é que a participação em grupo favorece a atuação de alguns mecanismos que ajudam os idosos no enfrentamento das dificuldades da vida. Um deles é o altruísmo - o idoso deixa de pensar em seus problemas ao sentir-se útil e ter oportunidade de ajudar outros participantes. Por isso, mesmo que o objetivo do grupo não seja psicoterápico, ele acaba tendo um efeito terapêutico sobre o idoso.

Questionário

A pesquisa usou dois instrumentos de avaliação da qualidade de vida criados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O primeiro é destinado a qualquer pessoa adulta e avalia a qualidade de vida em geral; o segundo é específico para idosos - idade igual ou superior a 60 anos - e avalia aspectos mais específicos dessa população. São constituídos por questões objetivas com respostas em escala tipo Likert, que varia de acordo com o nível de concordância.

Por recomendação da própria OMS, os dois instrumentos devem ser preenchidos pelo próprio participante, sem auxílio de terceiros. Entretanto, diante das dificuldades inerentes à população estudada, foi preciso que uma pesquisadora auxiliasse os idosos na leitura e registro de respostas.

A coordenadora do estudo explica o critério para a escolha dos grupos pesquisados. “Já tínhamos percebido que os atendimentos em grupo realizados na rede de saúde, de maneira geral, funcionam mais como reunião de pessoas do que como grupo propriamente dito”. A pesquisadora reforça que os resultados da investigação indicam que o uso do atendimento em grupo na atenção básica pode ser útil para melhorar muitos aspectos da qualidade de vida de seus participantes, desde que ele seja planejado e executado segundo pressupostos da dinâmica de grupo.

Fonte: Ascom UFG

Categorias: Última hora pequisa Visibilidade idosos qualidade de vida