Microalgas são potenciais matérias-primas para produção de biocombustível

Microalga de água doce é potencial matéria-prima para produção de biocombustível

Em 07/08/15 16:10.

Trabalho desenvolvido na UFG aposta que uso de microalga de água doce pode ser a chave para aumentar a competitividade do biodiesel brasileiro

Produzido a partir de fontes renováveis, o biodiesel tem sido considerado como uma alternativa viável para a diversificação da matriz energética mundial, em substituição aos combustíveis  fósseis, contribuindo para mitigar as mudanças climáticas e reduzir a poluição atmosférica. O Brasil, apesar do grande potencial para a produção desse tipo de fonte de energia, ainda enfrenta o desafio de aumentar a competitividade de seu biodiesel. A diversificação das fontes de matéria-prima para a produção desse biocombustível é uma das possíveis saídas para esse problema.

Atentos a essa realidade, pesquisadores do Laboratório de Métodos de Extração e Separação (Lames), do Instituto de Química (IQ) da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenaram pesquisa que testou 450 espécies de microalgas dulcícolas e marinhas para avaliar se elas seriam uma alternativa viável para a produção de biodiesel. O estudo confirmou o potencial das microalgas de água doce.

Os pesquisadores acreditam que o uso das microalgas para produção do biocombustível pode vir a ser uma realidade em grande escala em futuro próximo e aumentar a competitividade do biodiesel brasileiro. O projeto estabeleceu a tecnologia de cultivo e a produção de biodiesel a partir de microalgas com potencial cerca de 20 vezes maior que a soja - principal matéria prima utilizada na produção de biocombustível no Brasil.

O Projeto Microalgas é apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Financiadora de Estudos e Projetos  (FINEP), sob a coordenação geral da UFG, e envolve outras nove instituições nacionais de pesquisa: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB). 

Vantagens

As microalgas tem um ciclo de vida rápido, podem acumular até 50% de seu peso em óleo, necessitam menor consumo de água e área para cultivo e podem ser cultivadas em áreas consideradas impróprias para a agricultura. Além disso, o CO2utilizado em sua produção pode ser proveniente de processo poluidor e o uso das microalgas como matéria-prima para produzir biocombustível pode gerar coprodutos de alto valor agregado, como pigmentos que podem ser utilizados na produção de medicamentos e cosméticos, por exemplo.

Representante do governo federal

Na próxima segunda-feira (10/8), a UFG recebe o coordenador de Ações de Desenvolvimento Energético da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, Rafael Silva Menezes. O representante do governo federal é responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Tecnológico do Biodiesel. A visita tem finalidade acadêmica e marca o Dia Internacional do Biodiesel, celebrado no dia 10 de agosto.

Fonte: Ascom UFG

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