HIV em debate

Novas estratégias para o controle da epidemia do HIV/Aids são debatidas

Em 31/07/15 17:47.

Mesa-redonda reuniu especialistas na área no penúltimo dia de atividades do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão)

Fábio Mesquita, do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais/SVS/MS, Alexandre Santos, representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde(CONASEMS), Leandro Soares Sereno, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Dulce Ferraz, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), debateram as novas estratégias para o controle da epidemia do HIV/Aids em mesa-redonda que ocorreu no quinto dia (31/7) de atividades do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), que termina amanhã (1/8).

O expositores comentaram sobre o marco situacional do HIV/Aids no mundo, passando pela América Latina e chegando Brasil. Foi apresentada a nova meta de combate à epidemia, que já atinge cerca de 37 milhões de pessoas em todo o mundo. O programa, conhecido com 90-90-90, prevê que até 2020, um total de 90% dos indivíduos com HIV/Aids conheçam seu diagnóstico; deste grupo, que 90% estejam em tratamento e que, entre os que estejam em tratamento, 90% tenham sua carga viral suprimida, ou seja, não tenham condições de transmitir o vírus.

Aids em pauta 

Especialistas debateram com congressistas ações para controlar doença e combater preconceito


Fábio Mesquita falou sobre a necessidade de equidade na formulação de ações, já que em alguns estados brasileiros a incidência é significativamente maior do que em outros, como o caso do Rio Grande do Sul. Com cerca de 0,4% da população brasileira população vivendo com HIV/Aids, outro ponto que tem chamado a atenção é o crescimento do número de jovens entre 15 e 24 anos infectados com a doença. Apesar do aumento da incidência, a taxa de mortalidade mundial pela doença indica uma queda de 2,3% entre 1999 e 2013 e um aumento da sobrevida desses indivíduos. Segundo Fábio Mesquita, o compromisso mundial é de acabar com os níveis epidêmicos do HIV/Aids até o ano de 2030.

No que diz respeito à situação da América Latina e Caribe, Leandro Soares Sereno apresentou dados que revelam que, na maioria dos casos, os países têm acatado as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o combate e tratamento da doença, o que tem permitido um cumprimento das antigas metas estabelecidas. Segundo o especialista, tal comportamento também permite uma projeção positiva dos resultados da meta 90-90-90.

Já o Brasil, a despeito da evolução positiva no tratamento, enfrenta dificuldades extremas no avanço do combate à doença. Segundo Dulce Ferraz, o cenário ainda é avesso à abertura de discussões relacionadas ao tema, e ainda há uma persistência em silenciar o debate. A pesquisadora expôs as tecnologias de prevenção surgidas desde o ano de 1993, e comentou sobre a necessidade de delegar às pessoas a função de escolher o melhor método para si, após serem apresentadas às opções existentes. A discriminação dos portadores da doença e os meios para buscar o controle da epidemia do HIV/Aids como o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a descentralização do cuidado na atenção básica também foram debatidos.

Fonte: Ascom UFG

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