Eduardo Lecovitz

Viabilidade do SUS no Brasil é pauta de discussão

Em 31/07/15 12:20.

Debate enfatizou temática do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que termina no sábado (1/8)

Texto: Angélica Queiroz

Fotos: Adriana Silva

Eduardo Levcovitz, representante da Organização Mundial de Saúde no Uruguai, Maria Lucia Werneck, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Antônio Ivo de Carvalho, da Fiocruz e Fernando Cupertino, do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde de Goiás, levaram centenas de pessoas ao Centro de Cultura e Eventos da UFG na manhã desta sexta-feira (31/7) para debater a viabilidade de um sistema universal de saúde no Brasil. A atividade foi um dos grandes destaques do penúltimo dia do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que termina amanhã (1/8), após uma semana de intensas discussões sobre saúde no país e no mundo, com foco no desafio do SUS universal.

 

profissionais e estudantes diversas partes do país acompanharam a discussão

Profissionais, pesquisadores e estudantes de diversas partes do país acompanharam a discussão

Levcovitz fez uma passagem pelo que ele chamou de momentos da construção do SUS no Brasil que, segundo o especialista, sempre aconteceu do centro para a periferia. Segundo ele, em qualquer discussão sobre o assunto, é preciso considerar que o sistema de saúde é uma arena de conflitos entre usuários, gestores e trabalhadores e que os fatores econômicos e políticos são determinantes na lógica do financiamento de políticas públicas. “A construção do SUS é um processo político de regulação do conflito distributivo”, afirmou.

Em uma apresentação que tirou aplausos da plateia em vários momentos, Werneck falou sobre o mercado na saúde no país, passando por diversos períodos da história do Brasil. “O problema do nosso sistema de saúde não é só a existência do mercado, mas as velhas e promíscuas relações entre o público e o privado, que estão entre os maiores obstáculos à consolidação do SUS universal”, destacou. De acordo com a especialista da UFRJ, o SUS, infelizmente, não é política pública, não é prioridade e é considerado um sistema para pobre. “Sem uma profunda redução das desigualdades parece remoto um cenário capaz de sustentar um sistema universal para todos, um cenário em que os brasileiros não usem a primeira pessoa do singular, mas sim a primeira pessoa do plural”, provocou.

 

especialistas debatem SUS

Especialistas falaram do atual cenário do país e das mudanças necessárias para que o SUS universal possa se tornar uma realidade

Pesquisador da Fiocruz, Antônio Ivo de Carvalho, lembrou fases desses 25 anos de SUS e afirmou que esse é um momento que deve ser de mobilização e militância. "O SUS é uma política de estado e os governos tem tido dificuldades de desenvolvê-la como uma política de governo", explicou.

Fonte: Ascom UFG

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