Mesa redonda trata atenção primária à saúde

Pesquisadores debatem a Atenção Primária à Saúde

Em 29/07/15 17:01.

Atividade, que faz parte da programação do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, teve a presença da pesquisadora belga Sara Willems

Texto: Lorena Sousa

Fotos: Adriana Silva

 

A Atenção Primária à Saúde em países da Europa e da América do Sul foi apresentada em perspectiva comparada durante mesa-redonda nesta quarta-feira, (29/7). A atividade fez parte da programação do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão), realizado na UFG. Sob a coordenação de Luiz Augusto Facchini, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, a mesa reuniu os expositores Sara Willems, pesquisadora da Ghent University, Ligia Giovanella, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Gerardo Alfaro, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). 

Para o coordenador da mesa, Luiz Augusto Facchini, a temática se destaca particularmente nesse momento, já que a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) têm discutido estratégias de cobertura universal de saúde para as populações. “Queremos debater sobre quais são essas estratégias, os modelos e as alternativas para alcançar o acesso da população a um serviço de qualidade no nosso país e no mundo”, afirmou.

Atenção Primária à Saúde em países da Europa e da América do Sul  é discutida na Abrasco

Mesa-redonda recebeu participantes para comparativo de experiências voltadas para a Atenção Primária à Saúde

Europa

Sara Willems apresentou as características da Atenção Primária à Saúde em diversos países europeus, especialmente no que diz respeito à equidade de acesso. A palestrante trouxe dados de dois estudos realizados na Europa, comparando-os com estudos norte-americanos. Os resultados das pesquisas apontaram que, quanto mais forte é o sistema de atenção primária do país, melhor é a saúde geral da população.

A pesquisadora falou ainda sobre a importância da atenção primária na promoção da equidade nos sistemas de saúde. Segundo Willems, um sistema equitativo não oferece a todos um atendimento igual, mas presta uma atenção diferenciada dependendo da necessidade de cada paciente. Outras conclusões da pesquisa dizem respeito à dificuldade de acesso à saúde nas regiões rurais dos países europeus, à discriminação vivida por pacientes de baixa renda e às diferenças observadas na comunicação médico-paciente, baseada no status do individuo.

Sara Willems, pesquisadora da Ghent University

Sara Willems destacou a importância da promoção da equidade nos sistemas de saúde

América do Sul

Sobre a perspectiva sul-americana, a pesquisadora Ligia Giovanella, da Fiocruz expôs conclusões de estudos realizados nos doze países pelo Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (ISAGS), entre novembro de 2013 e abril de 2014. Os resultados apontam para a gratuidade como ponto em comum, além da insuficiência qualitativa e quantitativa de profissionais. O Brasil, por exemplo, possui 1,9 médicos para cada mil habitantes, número considerado insatisfatório. Ambas as pesquisadoras apontaram para a necessidade de mais preparo e especialização em Atenção Primária à Saúde na formação de novos médicos.

 Ligia Giovanella, da Fiocruz expôs conclusões de estudos realizados nos doze países

Ligia Giovanella apresentou conclusões de estudos realizados nos doze países

 

Ao final, Gerardo Alfaro fez apontamentos e afirmou que os países que têm a saúde como direito garantido e procuram desenvolver sistemas universais, em geral são mais eficientes. Após a fala de Alfaro, o debate foi aberto a perguntas do público.

 

Fonte: Ascom UFG

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