Presidente da Abrasco

Presidente da Abrasco fala sobre 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

In 21/07/15 08:39 .

Luis Eugenio de Souza diz que público pode esperar debates acalorados e muito intercâmbio de conhecimentos

Texto: Angélica Queiroz
Foto: Divulgação Abrasco

A UFG irá sediar, entre os dias 28 de julho e 1º de agosto de 2015, o 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, com o tema: "Saúde, Desenvolvimento e Democracia: o desafio do SUS universal”. Principal evento da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o congresso vai reunir pesquisadores, profissionais e estudantes para discutir diversos temas relacionados à área em apresentações, mesas-redondas, palestras e conferências. O presidente da Abrasco, Luis Eugenio Portela Fernandes de Souza, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), concedeu entrevista ao Portal UFG. Confira:

Qual a diferença entre saúde coletiva e saúde pública?

Na perspectiva assumida pela Abrasco, a Saúde Pública toma como objeto de trabalho os problemas de saúde, definidos em termos de mortes, doenças, agravos e riscos, em suas ocorrências no âmbito da coletividade. Nesse sentido, o conceito de saúde que lhe é próprio é o da ausência de doenças. A Saúde Coletiva, por sua vez, toma como objeto as necessidades de saúde, ou seja, todas as condições requeridas não apenas para evitar a doença e prolongar a vida, mas também para melhorar a qualidade de vida e, no limite, permitir o exercício da liberdade humana na busca da felicidade.

Confira resposta completa

Luis Eugenio

Presidente da Abrasco conta o que o público pode esperar do evento 

É a primeira vez que Goiânia sedia o evento. Por que a escolha da cidade?

A Abrasco procura alternar as regiões do país em que realiza seus congressos, de modo a favorecer a participação de pesquisadores, estudantes e profissionais de saúde coletiva de todo o país. O seu último congresso, em 2012, foi em Porto Alegre. O anterior, em 2009, tinha sido em Recife. Assim, nada melhor do fazê-lo em uma cidade do Centro-Oeste, este ano. Ademais, a UFG respondeu prontamente ao nosso convite, sobretudo, por possuir uma massa crítica importante de pesquisadores e técnicos da Saúde Coletiva.  

Quais as expectativas para a realização do Congresso na UFG? Quantas pessoas são esperadas?

As expectativas são muito positivas. Já temos cinco mil inscritos. Eles apresentarão cerca de quatro mil comunicações orais e participarão de cerca de cem mesas-redondas, além de quatro grandes debates e da conferência de abertura. Certamente, o congresso propiciará a discussão das questões científicas e políticas mais relevantes da Saúde Coletiva. Além disso, o congresso terá a Tenda Oraida Abreu, que abrigará as atividades de movimentos sociais, que praticam e refletem sobre a saúde na perspectiva coletiva.  

Como foi escolhido o tema e qual a importância da discussão dele nesse momento? Na sua visão, quais os principais desafios do SUS universal?

O tema Saúde, Desenvolvimento e Democracia: o desafio do SUS universal foi escolhido pela comissão científica do congresso para reafirmar a compreensão de que a saúde para todos só é alcançável em uma sociedade economicamente desenvolvida e socialmente democrática. Nesse momento, em que o país atravessa uma crise econômica e as políticas sociais são alvos de cortes orçamentários, é fundamental discutir estratégias que permitam a melhoria da saúde das pessoas com a retomada do crescimento e da redistribuição da renda, com o aprofundamento das conquistas democráticas e com a expansão do acesso e a melhoria da qualidade da atenção à saúde.

O principal desafio do SUS é político: refere-se à decisão que a sociedade tem que tomar entre construir um sistema universal ou permitir que se consolide um sistema segmentado por clientela (de acordo com a  capacidade de pagamento de cada um). Essa decisão política se desdobra em várias outras, que representam outros desafios do SUS universal como: superar o subfinanciamento, investir na expansão e na qualificação da força de trabalho em saúde, aprimorar os mecanismos de coordenação federativa (entre municípios, estados e União), viabilizando as regiões de saúde, e implantar as redes de atenção à saúde, coordenadas pela atenção primária.

Além do tema principal, que outros assuntos serão destaques nas discussões do Congresso? O que os participantes podem esperar para essa edição?

Muitos assuntos serão destaques nas mesas-redondas e nas comunicações orais, refletindo a produção científica e as experiências práticas da área da saúde coletiva. Entre outros, pode-se citar: direitos humanos e saúde, acesso e uso racional de medicamentos, saúde da população idosa, comunicação e saúde, violência, agrotóxicos e transgênicos, inovação em saúde, etc. Os participantes podem esperar muitos debates acalorados e muito intercâmbio de conhecimentos, além de uma ambiência democrática que festeja a diversidade e a livre expressão de cada um. 

Fonte: Ascom UFG

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