Mulheres na Ciência

Desafios enfrentados por pesquisadoras são foco de discussão na UFG

Em 22/05/15 09:15.

Mesa-redonda buscou estimular mais mulheres a seguir carreira na ciência e divulgou prêmio da L´Oréal Brasil, que está com inscrições abertas

O Auditório da Faculdade de Odontologia (FO-UFG), no Câmpus Colemar Natal e Silva, recebeu na última quinta-feira, 21/05, dezenas de mulheres para a mesa-redonda Mulheres na Ciência, organizada pela UFG, em parceria com a L´Oréal Brasil. Na ocasião, as pesquisadoras Carolina Horta Andrade, professora da UFG, e Márcia Cristina Bernardes Barbosa, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ambas vencedoras de prêmios internacionais, falaram sobre os desafios enfrentados pelas mulheres que escolhem a carreira de pesquisadora e divulgaram o prêmio Para Mulheres na Ciência (http://www.paramulheresnaciencia.com.br/), que está com inscrições abertas até o dia 31 de maio.

Coordenadora de Pós-graduação da UFG, Fabiana Fredrigo, abriu o evento com um panorama sobre as mulheres pesquisadoras no Brasil e na UFG. Fredrigo observou que “à medida que se avança na carreira acadêmica, a presença das mulheres diminui”. No entanto, ela acredita que o cenário é promissor para a participação de mais mulheres na pesquisa e na pós-graduação. “Somos positivamente surpreendidos todos os dias por mulheres que encaram os desafios e conquistam prêmios,” afirmou.

“Ciência também é coisa de mulher”

Primeira goiana a conquistar o prêmio Para Mulheres na Ciência, e também ganhadora do prêmio International Rising Talents (Talentos Internacionais em Ascensão), a farmacêutica Carolina Horta contou sua história como jovem mulher pesquisadora, falou sobre a sua pesquisa e o impacto dos prêmios em sua carreira. Para ela, a iniciação científica durante a graduação foi decisiva para que ela optasse por ser pesquisadora. “Esses programas precisam ser mais estimulados,” opinou.

A farmacêutica lembrou que os estereótipos precisam mudar. “Começando por nós quando tivermos filhas. As meninas tem que ser incentivadas para que algum dia as mulheres possam ter igualdade na ciência”. A professora da UFG ressaltou que “ciência também é coisa de mulher” e que é preciso paixão, persistência, esforço e dedicação para alcançar sucesso. “Espero incentivar nossas jovens a ingressarem na carreira. Vida de cientista não é fácil, mas é recompensadora,” concluiu.

 

carolina horta andrade

Professora da UFG contou como conquista de prêmios mudou sua carreira

 

Ganhadora do Prêmio L´Oréal e Unesco de Mulheres nas Ciências Física, Márcia Barbosa, contou histórias de mulheres cientistas pelo mundo e desmentiu os mitos de que já existe uma igualdade ou que é apenas uma questão de tempo para que o número de mulheres na pesquisa se iguale ao de homens. “Estamos sendo expulsas o tempo todo de todas as áreas. Não é questão de tempo, nem questão social. É questão de ação. Enquanto a gente tiver olhar diferenciado não me venham falar de igualdade”, provocou.

Márcia Barbosa também abordou temas como maternidade, preconceito e assédio sexual. Segundo ela, prêmios específicos para mulheres são necessários para que essas pesquisadoras não sumam do sistema. "É uma alternativa importante para nos dar visibilidade e voz”, completou.

 

Márcia Barbosa

Pesquisadora da UFRGS incentivou mulheres a enfrentarem desafios e fazerem carreira na ciência

 

“Nós, mulheres, também somos capazes”

Aluna de intercâmbio, Benvinda Routte Lamba, assistiu atenta às falas das pesquisadoras. Para ela, o evento foi muito importante, pois pouco se discute sobre esse assunto. “O que ouvi só ativou o que eu já tinha certeza, que quero fazer algo para contribuir com a sociedade. Nós, mulheres, também somos capazes,” afirmou.

Professora da Faculdade de Farmácia, Valéria Rezende, declarou, após o evento, que “a experiência de quem alcança o sucesso é estimulante para a carreira”. Recém graduada em Letras, Beatriz Silva, também se sentiu estimulada após a mesa-redonda. Ela, que está grávida, ficou feliz ao saber que as pesquisadoras têm direito à licença maternidade e pretende tentar mestrado na UFG. “Não vou desistir”, declarou.

 

foto oficial

Ao final do debate, plateia posou para foto oficial ao lado de pesquisadoras

Fonte: Ascom

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