Bonecas Karajas

Museu Antropológico da UFG tem novo projeto aprovado pelo Iphan

Em 29/10/14 12:18.

O projeto dará continuidade aos estudos sobre as bonecas Karajá e fornecerá subsídios para o registro deste patrimônio cultural brasileiro

O Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás teve aprovado o projeto Bonecas Karajá como patrimônio cultural do Brasil: contribuições para a sua salvaguarda pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O projeto será coordenado pelas pesquisadoras Nei Clara de Lima e Rosani Moreira Leitão e terá recursos no valor de R$ 562.000,00, incluindo contrapartida da Fundação de Apoio à Pesquisa da UFG, entidade proponente e gestora do projeto.

Os recursos são decorrentes da concorrência ao Chamamento Público n.º 03/2014, do Iphan, destinado ao apoio e fomento à salvaguarda de bens registrados como patrimônio cultural do Brasil.

Projetos

O projeto Bonecas Karajá como patrimônio cultural do Brasil: contribuições para a sua salvaguarda dá sequência ao trabalho iniciado com a pesquisa Bonecas Karajá: arte, memória e identidade indígena no Araguaia, desenvolvida no período de janeiro de 2009 a janeiro de 2012, cujo objetivo foi realizar estudos etnográficos sobre as bonecas de cerâmica e fornecer subsídios para propor o registro desse bem cultural como patrimônio cultural brasileiro, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, registro concedido em janeiro de 2012.

Os Karajá, falantes do inyribe (família linguística Karajá e tronco Macro-jê), autodenominam-se genericamente de povo Iny e se dividem em três subgrupos (Karajá, propriamente ditos, Xambioá e Javaé) que habitam a ilha do Bananal e todo o vale do Rio Araguaia, distribuindo-se em dezenas de aldeias localizadas de norte a sul nos Estados do Pará, Mato Grosso, Tocantins e Goiás.

As bonecas de cerâmica são confeccionadas pelas mulheres e são denominadas de ritxoko, na fala feminina, e ritxoo, na fala masculina. Por meio das bonecas de cerâmica, da arte de modelagem da argila e da decoração das peças, as ceramistas Karajá representam o mundo material e simbólico do povo Iny.

O projeto anterior reuniu informações sobre os distintos aspectos das ritxoko, ou ritxoo, incluindo seus modos de fazer, as matérias-primas utilizadas e suas formas de seleção, coleta e preparação; usos cotidiano, lúdico-educativo e rituais das peças e sua distribuição e comercialização, bem como as transformações ocorridas ao longo do tempo e o lugar que esses objetos ocupam na rede de relações sociais e simbólicas da sociedade Karajá e desta com os demais segmentos da sociedade nacional. A pesquisa de campo foi realizada nas aldeias Santa Isabel do Morro, Hawalò Mahãdu, JK, Werebia e Wataú, na Ilha do Bananal e em Buridina e Bdè-Burè, situadas na cidade de Aruanã, no Estado de Goiás.

Ações

O novo projeto pretende realizar, ainda em parceria com o Iphan, ações de salvaguarda voltadas para as ritxoko / ritxoo.

A proposta está organizada em quatro metas que se desdobram em várias ações, incluindo:

1) a divulgação do projeto junto às aldeias Karajá e populações não indígenas da região;

2) a formação de jovens e lideranças Karajá para a gestão de projetos culturais e elaboração de documentários etnográficos;

3) realização de oficinas para o fortalecimento da cultura, da identidade Karajá e do seu artesanato tradicional, promovendo também o intercâmbio entre as aldeias

4) publicação de materiais didáticos em parceria com professores Karajá para uso nas suas escolas.

 

Fonte: Museu Antropológico

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