Campanha Outubro Rosa mobiliza pacientes de câncer de mama do HC
Atividades educativas integraram ação promovida pelo Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas e Apcam
Texto: Serena Veloso
Fotos: Carlos Siqueira
Corina de Jesus Bispo, 72 anos, é paciente do Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas (HC) há 15 anos. Diagnosticada com um câncer de mama, ela encontrou no apoio da equipe de profissionais e da Associação de Portadores de Câncer de Mama (Apcam), entidade que oferece apoio biopsicossocial aos portadores de câncer de mama atendidos no hospital, motivação para enfrentar a doença. Após passar pelo tratamento, passou a auxiliar a entidade na conscientização de mulheres sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença. “Falo para as outras mulheres fazerem como eu fiz. A doença tem cura, é só procurar orientação médica a tempo e se tratar”, observou.
Com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre como a informação pode contribuir na prevenção do câncer de mama, a Apcam e o Programa de Mastologia realizaram no sábado, 18 de outubro, na Praça Universitária, uma ação que integra a campanha mundial Outubro Rosa. Além de Corina de Jesus, outras pacientes do HC participaram de diversas atividades educativas, sendo alertadas sobre a importância de realizar o autoexame da mama e a mamografia.
Acadêmicas da Liga da Mama e voluntárias da Apcam ensinaram as mulheres a fazerem o autoexame da mama
Durante a manhã de atividades, as mulheres foram orientadas sobre como identificar alterações na mama ao realizar o autoexame e estimuladas a se informarem sobre a doença. “A partir de 40 anos é obrigatória a mamografia, mas é importante a mulher conhecer as suas mamas desde jovem, para saber identificar quando tiver uma alteração”, enfatizou a enfermeira do Programa de Mastologia, Marta Valéria Calatayud, lembrando porque que o exame ajuda a identificar indícios da doença, não visíveis em seu estágio inicial.
A programação incluiu ainda atividades físicas com fisioterapeuta e uma caminhada entorno da praça. Acadêmicas de enfermagem, psicologia e fisioterapia do projeto de extensão da Liga da Mama também participaram da ação e puderam colocar em prática os conhecimentos obtidos durante a experiência no ambulatório. “Nós temos mostrado às mulheres a importância do diagnóstico precoce, porque quanto mais rápido a chance de cura e da pessoa viver bem é muito maior”, ressaltou a estudante do 8º período do curso de enfermagem, Cecília Sousa Macedo.
Mortalidade e fatores de risco
A mortalidade de mulheres com câncer de mama e o aumento do número de casos são ainda preocupantes em todo o país. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2011, mais de 13 mil mulheres morreram vítimas da doença no Brasil. Por isso, a ginecologista e professora da Faculdade de Medicina da UFG, Rosemar Rahal, também presente no evento, destacou que uma das principais estratégias no combate à doença é a informação e a prevenção.
No entanto, ela observou que existem outras formas de evitar a doença que envolvem desde uma alimentação saudável à realização de atividades físicas regularmente, considerando fatores de risco que contribuem na incidência da doença, como a obesidade, o consumo de cigarro e o alcoolismo.
A humanização no atendimento às pacientes com câncer de mama também é uma das prioridades do Programa de Mastologia, que conta com uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas para realizar o acompanhamento das mulheres diagnosticadas. “Existe uma preocupação do programa de um atendimento global dessa mulher. Nós cuidamos não só da doença, mas de coisas básicas da vida da pessoa que entra ali”, destacou Rosemar Rahal.
Além do suporte profissional, as pacientes recebem apoio da Apcam que realiza atividades para a reabilitação social e profissional, como oficinas de costura e artesanato, e ainda para incentivo à detecção precoce da doença. Por meio de doações recebidas, a entidade também auxilia pacientes carentes no acesso a medicamentos e cestas básicas. “Existem várias voluntárias que já passaram pelo tratamento e continuam dando auxílio no repasse da informação. São pacientes que estão para mostrar que a doença existe, mas acompanhada da informação e de um bom tratamento é possível vencê-la”, ressaltou a integrante da diretoria da Apcam, Deliane de Oliveira Alfaiate.
Fonte: Ascom/UFG
Categorias: Última hora Hospital das Clínicas Campanha