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Projeto de Extensão e Cultura da UFG leva espetáculo a bibliotecas

Em 22/04/13 08:04.
A peça teatral é apresentada em bibliotecas públicas e o público-alvo são alunos de ensino fundamental e médio

Texto: Erneilton Lacerda

Fotos: Carlos Siqueira

Em meio a olhares atentos e concentrados, a palhaça Drª Angelina surge de dentro de um amontoado de livros, espalhados propositalmente pelo chão. Não demora muito para que o silêncio e curiosidade se transformem em risadas, muitas risadas. É neste clima que o espetáculo teatral Um dia, uma banana... “quebra o gelo” inicial e envolve os jovens espectadores, que estiveram na Biblioteca Marieta Telles, na Praça Universitária, nesta quinta-feira, 18 de abril.

Público que assistiu a peça teatral "Um dia, uma banana..."


Criado e protagonizado pela professora doutora Maria Ângela de Ambrosis, da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG (Emac), a peça faz parte do Grupo Ipu – Núcleo de estudos Corpo, Jogo e Criação Cênica, criado em 2009. Em 2012, o projeto foi um dos escolhidos para participar do programa da lei municipal de incentivo à cultura, além de receber o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFG (Proec).

Maria Ângela de Ambrosis, palhaça Dra Angelina


As ideias iniciais para a criação de Um dia, uma banana... surgiram no ano de 2005, quando Maria Ângela estava fazendo doutorado e também um curso para se tornar palhaço. “No meu curso de palhaço, eu tinha que fazer uma cena com comida. E eu tinha muitos livros para ler no doutorado... Foi aí que surgiu uma das cenas da peça”, ela conta. Ainda sobre o projeto, Maria Ângela acredita que “infelizmente a escola ainda não reconhece a importância do espetáculo, do teatro”. “É importante que ela [a escola] reconheça o quanto é bacana para esses alunos assistirem a esse espetáculo e a outros. O objetivo do projeto é justamente este: trazer as escolas para cá para que elas possam reconhecer esse espaço da biblioteca e se tornarem usuárias delas”, defende.


O estudante do quinto período de Artes Cênicas da UFG Luciano di Freitas, que trabalha na produção e sonoplastia da peça, realça o caráter cultural e social das ações desenvolvidas pelo espetáculo e pelo grupo IPU. “O projeto cumpre sua função no sentido de que movimenta e populariza os espaços de leitura e literatura de Goiânia ao trazer o espetáculo teatral e a escola para dentro da biblioteca.” Luciano afirma, ademais, que o público, principalmente o infantil, se apropria do espaço e é estimulado a ler mais. “Isso faz com que esta experiência seja muito importante para a formação humana da criança”, finaliza.


Público
O público convidado para a apresentação de Um dia, uma banana... foram os estudantes do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Pré-Universitário. Um deles, Anderson da Cunha, 15, nunca havia ido antes a uma apresentação de teatro. “Morava, até três meses atrás em uma cidade do interior da Bahia, então essa foi a primeira vez que assisti a uma peça de teatro.” Questionado se gostou da experiência, o jovem disse que adorou e espera que “a escola leve a gente outras vezes para coisas assim”.

Anderson da Cunha


A professora de literatura Franceneuza Faria aprovou a iniciativa, tendo em vista que fez com que os estudantes mantivessem contato com vários tipos de representações cultural e literária. “Sem dúvida, a peça é um forte estímulo à leitura e ao contato com a arte e a cultura pelos estudantes”, afirma ela.

Franceneuza Faria


Não apenas de estudantes foi formada a plateia da apresentação. O senhor Divino Moreira, palhaço profissional há 3 anos, estava passando pelo Teatro Basileu França, no Setor Universitário, quando viu o cartaz de Um dia, uma banana... e quis conferir. “Fiquei curioso a princípio e encantado agora [após o final da apresentação]. É um trabalho que tem muita interação com o público e também a improvisação.” Ele, que se transforma no palhaço Trapzomba, relacionou o próprio método de criação com o da professora Maria Ângela: “Gosto de criar minhas apresentações da minha maneira, assim como ela fez aqui na peça. Foi gratificante!”.

Divino Moreira

Fonte: Ascom/UFG

Categorias: Cultura