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Sandramara Matias Chaves assume a direção da Funape

On 09/12/22 08:13 .

Pela primeira vez na história, as três Fundações da UFG passam a ser geridas por mulheres

Texto: Caroline Pires

Fotos: Carlos Siqueira e Geovanna Pires

Em clima de continuidade do trabalho desenvolvido, o auditório da Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape/UFG) recebeu na segunda-feira (12/9)a sua nova diretora-executiva. A professora Sandramara Matias Chaves assume o mandato até o ano de 2024 e, com a posse, a UFG passa a contar com as suas três fundações geridas por mulheres, uma vez que a Fundação de Amparo ao Hospital das Clínicas (Fundahc), é gerida pela professora Lucilene Maria de Sousa, e a Fundação Rádio e Televisão Educativa (RTVE), dirigida pela professora Silvana Coleta. 

Confira a galeria de fotos.

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Sandramara Matias Chaves assume Funape até 2024

 

Ao lembrar que a Funape só existe e funciona por causa de todos os pesquisadores que captam recursos, o professor Orlando Afonso Valle do Amaral, diretor-executivo que deixa o cargo, frisou que a professora Sandramara é a escolha mais apropriada e justa para levar adiante o trabalho da Funape. "Eu particularmente, mas toda a comunidade universitária só tem a ganhar com essa nova gestão. Mas não só ela, hoje uma parte significativa da nossa captação vem de instituições privadas, que são cada vez mais parceiros", afirmou. Fazendo um balanço de seu mandato, e retomando os 41 anos da Funape, professor Orlando Amaral apresentou os dados da execução orçamentária da fundação, que hoje conta com 700 projetos, que ultrapassa a soma de 1 bilhão de reais, o que coloca a Funape entre as principais fundações do país. Nos últimos 6 anos, a Funape aumentou a sua execução orçamentária de 79 para 206 milhões no ano passado, alcançando um crescimento de 160%. "Mesmo em um cenário de ataques às universidades, cortes de orçamentos e uma pandemia de vitimou quase 700 mil brasileiros, tivermos um superávit de mais de 4 milhões de reais no último ano", lembrou. O diretor-executivo, que deixa o cargo, destacou que essa reserva financeira é fundamental para a Funape, uma vez que oferece o respaldo diante de processos ou ações, que tenha que enfrentar. Também graças a esses recursos, no final de 2022, foi inaugurado o prédio no valor de 5,7 milhões de reais. 

 

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Colaboradores da Funape agradeceram a Orlando Amaral pela competência e parceria na gestão da Funape, pelos últimos quatro anos

 

Por fim, Orlando Amaral agradeceu em especial o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Márcio César Pereira, e Adriano Rocha Lima, secretário-geral de Governo, lembrando que a Funape fará a gestão do projeto Escola do Futuro, do Governo do Estado de Goiás. Sob um longa salva de palmas, Orlando Amaral, que também é professor emérito da UFG, despediu-se da instituição após 38 anos de serviços interruptos prestados à universidade. "Saí de Minas Gerais, cheguei a UnB [Universidade de Brasília] e em seguida à a UFG, não poderia ter sido mais feliz em outro lugar", emocionou.

Com enorme gratidão a todos os presentes e a recepção do professor Orlando Amaral, a professora Sandramara Chaves destacou que hoje é o dia dele e de reconhecimento a sua significativa trajetória. A nova diretora-executiva retomou a sua história de vida: "com meu pai aprendi a honestidade, com minha mãe a fé, com meu marido Nilo, aprendi a resiliência, com meus filhos aprendi o amor incondicional e com minha neta Stela aprendi que a vida pode ser leve", agradeceu a professora.

 

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Sandramara Chaves foi homenageada

 

À frente da Funape, professora espera que a serenidade e competência do professor Orlando a possa guiar ao longo de sua gestão. Sandramara Chaves lembra que em fevereiro de 2023 ela completa 30 anos como docente da UFG, em um trabalho focado não só na gestão, mas também na formação de docentes. "Por meio de um trabalho que valoriza as pessoas, história e a trajetória da Funape, vamos buscar cada vez mais consolidar a Funape como referência neste país. Vamos crescer e potencializar o que já vem sendo feito", afirmou. Ela ressalta a importância das três mulheres que gerem as fundações da UFG, ela concluiu o discurso reforçando o seu compromisso em ser sempre otimista diante das adversidades.

A reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, afirmou que a presença em peso de membros da gestão, das direções das unidades acadêmicas e representantes do poder público, demonstra a força e o respeito que pelas pessoas do diretor executivo, que deixa o cargo, e a nova gestora. "Essa não é só uma transmissão de cargo, é mais uma vez a UFG reafirmando a sua competência, professora Sandramara. Agradeço a sua coragem e capacidade de realizar essa gestão. A Funape será ainda maior com você aqui", frisou. Angelita lembrou que o estado de Goiás conta com quatro reitoras, que reforçam a competência feminina na gestão nas mais diversas áreas. Por fim, reitora lembrou que nesse momento as universidades estão enfrentando uma política adversa e que ataques, mas que a nomeação da profa. Sandramara é uma resposta a altura. "Eu encerro essa cerimônia dizendo que este é um momento de esperança e retomada para o que o futuro nos espera, e será um futuro muito bom", afirmou.

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Após a cerimônia, foi inaugurado o quadro do Orlando Amaral, na galeria dos ex-diretores

 

O secretário de governo do Estado de Goiás, Adriano Rocha Lima, destacou que há muitos anos é possível estabelecer uma excelente relação com a Universidade graças ao trabalho desempenhado desde gestões anteriores. "No cenário nacional é notório o impacto da UFG. E a presença de uma fundação como a Funape é fundamental para que esse processo alcance consistência com ainda mais velocidade", defendeu. Na ocasião, o secretário anunciou a criação do Fundo de Pesquisa do Estado de Goiás, e espera que o projeto de lei seja enviado no próximo trimestre para a assembleia legislativa. "Esperamos já iniciar o ano de 2023 com esse fundo criado", concluiu.

Compuseram a mesa da cerimônia de posse ainda, o presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás, Robson Vieira, o secretário de estado de Tecnologia e Inovação, Márcio Pereira, e a reitora do Instituto Federal de Goiás, Oneida Barcelos.

Força feminina

A posse da nova diretora executiva da Funape marca um feito inédito: as três fundações de apoio à UFG passam a ser geridas por mulheres. Sandramara Matias Chaves se une a Lucilene Maria de Sousa, diretora da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), e a Silvana Coleta, diretora da Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE). "As mulheres, seja qual for a função que assumem, desempenham jornadas duplas ou às vezes triplas de trabalho. Mas mesmo com os desafios, hoje elas ocupam cada vez mais cargos importantes em diferentes contextos do mundo do trabalho", defendeu Sandramara. Ainda segundo a nova diretora-executiva da Funape, sua gestão será humanizada e dialogada, sempre levando em consideração as pessoas e as relações institucionais estabelecidas por meio de parcerias e colaboração efetiva, sem perder de vista o papel da Funape no contexto da UFG e das demais apoiadas. "Nosso objetivo é manter a valorização da equipe que atua na Funape e potencializar o trabalho de apoio administrativo e financeiro a projetos que tem sido realizados investindo no uso de tecnologias, para aprimorar cada vez  mais nossos processos, o que foi um desafio enfrentado pelo professor Orlando", finalizou.

Continuidade dos trabalhos

A nova diretora-executiva da Funape enalteceu o trabalho realizado pelo professor Orlando Amaral ao longo dos últimos 4 anos e 4 meses de gestão e afirmou que a Funape vivenciou um crescimento que demonstra demonstra a sua capacidade de gerir projetos como Fundação de Apoio, não só de instituições do estado de Goiás, mas em todo o Brasil. Sandramara Chaves destacou que a Funape tem trabalhado para oferecer as condições necessárias para que as pesquisas, e diversas outras ações, sejam elas culturais, de ensino ou extensão, sejam desempenhadas da melhor forma possível. "Acredito e defendo que o investimento em ciência e tecnologia é um papel preponderante do Estado, e deveria ser tomada como prioridade por ele", defendeu.

Ações em várias linhas

A Funape é responsável por oferecer apoio administrativo e financeiro à gestão de projetos da UFG e de outras sete instituições de educação superior, situadas no Estado de Goiás, no Estado do Pará (Universidade Federal Rural da Amazônia - Ufra e Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará- Unifesspa) e no Distrito Federal (UnB). A maioria destes projetos têm como foco principal as atividades de mas muitos outros contemplam as atividades de extensão, de ensino e de inovação.  O diretor-executivo, que deixa o cargo, Orlando Afonso Valle do Amaral, destaca que hoje estão em execução na Funape mais de 700 projetos que, em seu conjunto, envolvem recursos da ordem de 1 bilhão de reais. "Nossa missão é viabilizar a aplicação dos recursos captados pelos pesquisadores de forma ágil, segura, transparente e eficiente", enfatizou. 

 

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Orlando Amaral apresentou dados que apontam o crescimento de 160% da execução orçamentária da Funape nos últimos 6 anos

 

Dentre os projetos em execução, destaca o apoio à gestão do projeto do Centro de Pesquisa em Alimentos da Escola de Veterinária e Zootecnia (CPA/EVZ), do projeto do Centro de Excelência em Inteligência Artificial UFG e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Ceia/UFG e Fapeg), do projeto de gestão das Escolas do Futuro em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (UFG e Sedi), do projeto Desenvolvimento e Implementação do Sistema de Mapeamento, Monitoramento e Avaliação em Educação na Saúde (Simapes) com o Ministério da Saúde (MS), entre tantos outros.

O professor Orlando destaca que além dos projetos que são executados com recursos de órgãos financiadores externos, a Funape apoia, com recursos dela própria, projetos de interesse institucional. Dentre estes destaca, o financiamento (da ordem de R$ 150.000,00) da Funape para o desenvolvimento da Plataforma de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (Plataforma PITT). Entre outras funcionalidades, a Plataforma disponibiliza a gestão do processo de proteção da propriedade intelectual, permitindo o acompanhamento do processo desde o registro, nos órgãos competentes, até o depósito final de proteção, previsto em lei. Funciona ainda como uma vitrine para a divulgação daquilo que é feito na UFG e uma ferramenta para o estabelecimento de parcerias com o setor produtivo. Além disto, a Funape também apoiou (com recursos da ordem de R$50.000,00) a criação de um sistema de gestão para aquisição de insumos de laboratórios, o Sistema de Fluxo Interno de Produtos Químicos Controlados (SisPqui), utilizados em diversas pesquisas, mas que tem a comercialização e a utilização controlada pela Polícia Federal. "A criação desta ferramenta facilitou bastante o dia a dia de pesquisadores dentro e fora da UFG e elaboração e envio de relatórios aos órgãos fiscalizadores", exemplificou. 

Um outro exemplo de apoio da Funape, foi o lançamento do Programa de Apoio ao Jovem Pesquisador, no início deste ano. Por meio deste projeto a Funape disponibilizou um apoio financeiro de R$ 10.000,00 a projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação para pesquisadores que tenham obtido o título de doutor após 2015. "Um apoio de 600 mil reais foi destinado a 40 jovens pesquisadores da UFG e 20 de outras instituições de pesquisa apoiadas pela Funape", concluiu o professor.

Crescimento e impacto

Quando a Funape foi criada, no início dos anos 80, a atividade de pesquisa na UFG ainda era muito incipiente, as possibilidades de financiamento externo e interno ainda eram muito escassas e, consequentemente, a atuação da Funape também era muito limitada. "Em 1993, quando ocupei o cargo de diretor-executivo da Funape pela primeira vez, embora mais presente na vida da UFG, a Funape estava instalada em apenas duas salas no ICB 3, com um quadro de colaboradores que não excedia duas dezenas. De lá para cá, graças sobretudo à maior qualificação da UFG, à reconhecida competência dos pesquisadores das instituições apoiadas na captação de recursos externos e à maior qualificação da equipe da Funape, a realidade mudou radicalmente levando-a a uma execução orçamentária, em 2021, da ordem de 206 milhões de reais. A título de comparação, o orçamento de Outros Custeio e Capital (OCC) da UFG para desenvolver e manter suas atividades, investir e realizar melhorias de espaço físico e na aquisição equipamentos, é da ordem de 70 milhões de reais", afirmou.

Em tempos de crescentes cortes orçamentários nos orçamentos das universidades e institutos federais, o papel da Funape tem sido ainda mais fundamental para manter o desenvolvimento das atividades de pesquisa. O atual quadro de penúria orçamentária das instituições apoiadas pela Funape, conduziu, possivelmente, à uma maior proatividade dos pesquisadores na busca de financiamentos externos às suas atividades de pesquisa, extensão, inovação e outras. "Os bons números e bons resultados obtidos pela Funape são uma clara demonstração da maturidade e da competência das instituições apoiadas pela fundação bem como da maior qualificação da Funape. No entendimento do professor Orlando, foi a entrada desses recursos que garantiu, em boa medida, a continuidade e o fortalecimento das atividades de pesquisa, extensão e inovação nas instituições apoiadas pela Funape. "O papel da fundação, que  sempre foi muito importante para a UFG e demais apoiadas, tornou-se fundamental neste momento de crise orçamentária", finalizou.

 

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Reitora da UFG, Angelita Pereira de Lima, e as diretoras-executivas Lucilene Sousa (Fundahc), Sandramara Chaves (Funape) e Silvana Coleta (RTVE)

 

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Márcio Pereira, secretário de Estado de Desenvolvimento e Inovação, Sandramara Chaves, Oneida Barcelos, reitora do Instituto Federal de Goiás, Orlando Amaral e Robson Vieira, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás

 

 

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Auditório da Funape ficou repleto durante o evento

Source: Secom UFG

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