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Tecnologia precisa considerar o aspecto humano

Em 26/10/18 11:52.

Professor com experiência em universidades da Austrália, Estados Unidos e Suécia abordou o assunto durante o 14º Congresso Brasileiro de Sistemas

Texto: Luiz Felipe Fernandes

Fotos: Adriano Justiniano

Os impactos do desenvolvimento tecnológico são notórios e, ao mesmo tempo em que criam comodidades e atendem a diversas demandas do ser humano, evocam novos problemas que precisam ser continuamente debatidos. Alguns aspectos desse novo contexto social foram abordados no seminário Perspectiva Sistêmica da Informática, ministrado pelo professor Donald De Raadt, dentro do 14º Congresso Brasileiro de Sistemas, realizado na Universidade Federal de Goiás (UFG). Este ano, o tema do evento foi Pensamento sistêmico em revista: aprendizados e conquistas ante o superlativismo cibernético e a sociedade pós-industrial.

Natural do Chile e com vasta atuação em universidades da Austrália, dos Estados Unidos e da Suécia, De Raadt falou sobre sua experiência na busca por uma abordagem humana para a informática. "No começo da implantação da informática, o desenvolvimento tecnológico não levava em consideração o aspecto humano", observou. Uma das consequências foi a exclusão de profissionais que estavam nas empresas há muito tempo, mas que não se adequavam a essa lógica essencialmente tecnicista.

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Humanização da informática: professor Donald De Raadt falou sobre a necessidade da abordagem sistêmica social

"Meu trabalho foi desenvolver um esquema que humanizasse a informática", explicou. Assim, De Raadt escreveu a obra Information and Managerial Wisdom (Informação e Sabedoria Gerencial, em tradução livre), em que sugere a "administração social do viver". A partir de conceitos filosóficos aplicados à informática e à cibernética, o professor desenvolveu a ideia de que a informação só teria utilidade se usada com sabedoria.

"No início da cibernética, a ênfase era na empresa. De alguma forma, havíamos abandonado as instituições sociais, como a família e a comunidade. Busquei um programa de informática que mantivesse o talento e a inteligência da localidade, das pequenas cidades e empresas. Meu objetivo era relacionar as diferentes modalidades da vida em sistemas sociais", explicou.

Usando termos como Informática sábia e ciência responsável, De Raadt alertou os presentes sobre a necessidade de refletir sobre as consequências de sistemas de informação exclusivamente técnicos. Durante a palestra, o professor fez simulações de sistemas de informação, mudando variáveis como a agilidade na sua circulação. Os resultados revelaram intervalos cada vez mais curtos para a reorganização do sistema. "A rapidez impõe uma vida em que é mais difícil manter a normalidade, e isso leva a estresse psicológico, problemas na família e doenças", exemplificou.

Fonte: Secom/UFG

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