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Professores indígenas do México compartilham experiências na UFG

Em 01/08/18 16:32.

Parceria entre instituições brasileiras e mexicanas resultou na criação da Rede de Formadores em Educação Intercultural

Texto e fotos: Luiz Felipe Fernandes

A tarde desta quarta-feira (1/8) foi de muita troca de experiência entre estudantes e professores brasileiros e mexicanos. Em intercâmbio na Universidade Federal de Goiás (UFG), pesquisadores indígenas do México realizaram oficinas, palestras e atividades culturais no miniauditório do Museu Antropológico, dando continuidade a uma parceria de mais de dez anos.

A oficina que abriu o evento foi a de confecção de alebrijes – arte tradicional dos povos originários do estado de Oaxaca. São esculturas de animais fantásticos talhadas em madeira e pintadas com cores vivas, com formas que brincam com a imaginação. A madeira utilizada é o copal, árvore sagrada dos Zapotecas.

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Depois de uma breve apresentação sobre os alebrijes, os participantes puderam decorar as peças de madeira

Na sequência, o professor Enrique Francisco Antonio, diretor da Escuela Normal Bilíngue Intercultural de Oaxaca (Enbio), falou sobre a importância da formação de professores para o resgate e a preservação da cultura dos povos originários. Ele explicou que a política educacional do México sempre foi de homogeneização da cultura e da língua desses povos, o que os invisibilizou.

Para Enrique, é preciso haver uma educação para os povos originários e dos povos originários. "Tem sido uma luta política, ideológica, educacional e de resistência. Não tem sido fácil, porque a constituição mexicana fala de uma educação plural, diversa, mas é letra morta. Na prática, há muito pouco apoio para a educação bilíngue intercultural", lamentou.

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O intercâmbio entre pesquisadores brasileiros e mexicanos resultou na criação de uma rede de educadores

Parceria
A antropóloga do Museu Antropológico, Rosani Moreira Leitão, explica que, em 2003, teve início uma parceria entre a UFG e a Universidad Nacional Autónoma de México (Unam). Ano após ano, o intercâmbio de estudantes e professores resultou na criação da Rede de Formadores em Educação Intercultural na América Latina (RedFeial), em 2013. Desde então foram realizados três congressos – o último foi em 2017, na UFG.

No evento desta quarta ainda foram compartilhadas experiências de pesquisa de mestrandas da Unam e realizada a apresentação Compartencia a través de la Gelagetza. A Gelagetza é um festival cultural dos povos originários das oito regiões indígenas do estado de Oaxaca, que se reúnem uma vez ao ano para mostrar, promover e divulgar suas artes, mas sobretudo para celebrar o encontro, a reciprocidade e a partilha.

Fonte: Secom/UFG

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