Regional Goiás

Atuação reafirma vocação extensionista da Regional Goiás

Em 14/11/17 09:30.

Entre as atuações estão graduação, pós-graduação e cursos de aperfeiçoamento voltados para a comunidade campesina

Regional Goiás

Texto: Weberson Dias/ Regional Goiás

Há anos a Regional Goiás da UFG demonstra sua vocação extensionista relacionada à comunidade do campo, a partir do envolvimento com membros de movimentos sociais, assentados, acampados, agricultores familiares e educação campesina. Recentemente, a Regional foi convidada para participar do projeto “Escola da Terra de Goiás”, do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), articulada com os municípios, que objetiva capacitar o quadro de professores que se identificam com as causas campesinas, atuam na rede municipal de ensino, em classes multisseriadas no campo ou em escolas quilombolas.

O projeto será ofertado até 2018 em todo o Estado de Goiás para 200 cursistas já inscritos nos cinco módulos do curso. Um total de 20% dos inscritos são da Cidade de Goiás, o que motivou também a abertura de um dos polos na cidade. Além de Goiás, outras cidades serão também polos do projeto “Escolas da Terra”: Goiandira, Monte Alegre de Goiás, Orizona e Cavalcante. Para os professores cursistas da Cidade de Goiás, as aulas acontecerão na Unidade Acadêmica de Ciências Humanas (UAECH), antigo Colégio Santana, às sextas e sábados. O projeto prevê que os docentes se revezem pelas cidades polo ministrando seus módulos aos cursistas.

Para o professor da UFG, Welson Santos, coordenador do projeto no Município, a ação é uma mostra do compromisso social que deve ser assumido pela universidade. “A espinha dorsal da proposta é fortalecer a identidade do professor campesino, para que a escola não feche as portas e os alunos não precisem se distanciar da sua cultura e de todas as questões campesinas”, destacou Santos. “A escola deve fortalecer sua formação ajustada à realidade do campo”, acrescentou ele.

Diferenciais

O convite para agregar os professores do curso de Educação do Campo da Regional Goiás, Denise Alves e Welson Santos, à equipe pedagógica do projeto partiu do coordenador geral e professor do curso de Educação do Campo da Regional Catalão, Wender Faleiro, após contemplação no projeto do MEC. Os três somam-se a outros seis professores: três da UFG/Regional Catalão, dois da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e um da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O quadro total é formado por nove doutores ligados à temática da Educação do Campo, em Goiás e Tocantins.

Outro diferencial do aperfeiçoamento é que ele prevê também a Metodologia da Alternância (Tempo Universidade - Tempo Comunidade), cujo conhecimento deve ser aplicado na prática escolar do professor junto aos alunos. “Os docentes terão uma formação continuada voltada para a realidade campesina e que se distancia por completo de tudo aquilo que é pensado para a escola urbana”, pontuou a professora Denise Alves, que acredita também que o ato formativo dá visibilidade à Regional e ao mesmo tempo, cumpre seu papel social junto à comunidade. De acordo com a professora Denise, a partir do projeto, serão propostas atuações e publicações conjuntas e, sendo bem-sucedido, será reeditado, podendo tornar-se um programa institucional.

O principal objetivo da proposta, segundo o professor Welson Santos, é o fortalecimento da identidade através da educação campesina. “O projeto teve o apoio de todas as instâncias dentro da Regional”, comemorou. O projeto Escola da Terra será lançado numa sexta-feira, dia 8 de dezembro, na Cidade de Goiás, às 19h, no auditório da UAECH. A aula inaugural acontece no Congresso Interinstitucional Brasileiro de Educação Popular e do Campo & Encontro Goiano da Escola da Terra, que será realizado de 11 a 13 de dezembro de 2017, em Catalão.

Regional Goiás

Professores Welson Santos e Denise, que encabeçam o polo do projeto "Escola da Terra" na Cidade de Goiás

Direito

A graduação de Direito voltada para beneficiários da Reforma Agrária, agricultores familiares e/ou filhos dos trabalhadores rurais está em sua segunda turma. A primeira turma recebeu o nome do professor Evandro Lins e Silva, iniciou em 2007 e formou um total de 57 bacharéis de 19 estados brasileiros em 2012. Em 2013, a Regional iniciou a residência agrária em Direitos Sociais do campo, cuja turma pegou o nome emprestado de Dom Tomás Balduíno, especializando 56 formandos. A segunda turma de graduação, Turma Fidel Castro, iniciou em 2016 com 60 educandos de 13 Estados brasileiros. A abertura das turmas se deu através da parceria com o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera)/Incra. Esta última, também está inserida na Pedagogia da Alternância.

Segundo o professor e coordenador da segunda turma, Cleuton César Ripol, o grupo tem demonstrado bons resultados nas suas ações. “Embora estejamos trabalhando sem dinheiro, num momento em que a universidade pública brasileira está completamente num fiasco, porque a universidade brasileira está retrocedendo, qualquer meio passo que dermos em direção à política afirmativa será um super sucesso”, assegurou, acrescentando que a Regional tem se sobressaído em meio ao cenário que se desenha. “Pelo fato de propiciar um momento de resistência na educação inclusiva, a Regional Goiás tem conferido sucesso nestas experiências”, finalizou Ripol.

As ações extensionistas desenvolvidas são para o Diretor da Regional Goiás, professor Renato de Paula, formas de evidenciar o célebre papel da universidade. “A Regional Goiás, é neste contexto campesino, um importante agente de formação e potenciação das comunidades do campo, favorecendo a emancipação e luta política de seus moradores”, assegurou.

Fonte: Ascom UFG

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